Judite Sousa perdeu o único filho em 2014. Dez anos depois de ter passado pela maior de todas as dores, a jornalista volta a falar do martírio que tem vivido desde a morte de André. "A perda de um filho é irrecuperável. A perda de um filho único por maioria de razão. E a perda do meu filho naquilo que ele representava na minha vida", confessou a jornalista e comentadora do canal NOW numa conversa intimista com Duarte Siopa, no programa ‘Siopa Convida’, da CM Rádio.
Judite Sousa garante que passem os anos que passarem nada ameniza a perda de um filho e que deixou de ter razão para viver. "Não me sinto melhor. Estar melhor é algo que não existe quando se fala da perda de um filho", realça esta mãe em dor.
A respeitada jornalsta faz ainda questão de frisar que "nada na vida pode voltar a ser aquilo que era. Nada pode ser pensado como tendo um sentido de felicidade, porque essa palavra deixa de fazer parte do léxico".
"Eu sou uma sobrevivente", revelou para dizer que foi pelo filho que se dedicou de uma forma tão intensa ao trabalho e conquistou uma carreira de renome. "Eu trabalhava, fazia reportagens, escrevia livros, fazia debates, não era por vaidade... Era para construir a minha carreira e obter reconhecimento que me permitiam proporcionar uma vida de excelência ao meu filho", esclareceu.
Duarte Siopa questionou a comentadora se já teria pensado em tirar a própria vida, ao que esta respondeu: "Claro. A história está cheia de exemplos. A Romy Schneider suicidou-se quando o filho morreu. O filho do António Pedro Vasconcelos faleceu e ele faleceu ao fim de meses".
"A morte de um filho é uma doença crónica", terminou.
