
O médico Gustavo Carona, que se tornou uma das vozes mais fortes desde o início da pandemia da covid-19, mostrou-se revoltado com a atenção mediática ao caso do menino marroquino Rayan, que foi retirado sem vida de um poço após quatro dias de tentativas de resgate.
"Se o Rayan morresse à fome.../ Se o Rayan morresse de malária.../ Se o Rayan morresse no Mediterrâneo.../ Se o Rayan morresse numa guerra.../ Se o Rayan morresse como refugiado.../ Ninguém queria saber", escreveu numa imagem publicada no Instagram.
"É revoltante ver a hipocrisia da atenção mediática que desumaniza milhões em prol de uma história atrativa pela sua espetacularidade. A culpa é nossa, não é dos media que apenas seguem as audiências que nós decidimos dar", lamentou.
"Se se preocupam com crianças, têm de ter um pensar global. Segurança global, educação global, justiça global, saúde global, porque a humanidade é global e partilhamos a mesma casa", acrescentou.
Na legenda da imagem, Gustavo ainda justificou a sua mensagem. "Paz às memórias de Rayan, e que nos sirva para aprender que todas as crianças do mundo merecem a mesma atenção, e a mesma luta de todos nós", disse.