
Simples, bem disposta, sempre a rir e com uma voz doce e meiga Deolinda Kinzimba, de 21 anos, nunca imaginou o que o destino lhe tinha reservado "Sou uma jovem sem grandes pretensões mas que sonha como qualquer jovem da minha idade", revelou à FLASH!. A verdade é que o ano de 2016 começou bem para a jovem angolana. Não só venceu o ‘The Voice’ como conseguiu um contrato discográfico com a Universal. Mas, nada aconteceu por acaso. Chegou ao norte em 2014 e tinha, então, dois objectivos: terminar o 12.º ano e ingressar na Universidade. Conseguiu ambos e foi ainda mais longe. Incentivada por amigos e familiares concorreu ao ‘The Voice Portugal’ e mostrou, desde a primeira audição, o seu elevado potencial, que lhe havia de garantir o passaporte para a final. Ao lado do seu mentor, David Carreira, Deolinda brilhou e encantou. Actualmente a residir no Porto, e quase um ano depois de ter vencido a terceira edição do ‘The Voice’, Deolinda já tem o seu primeiro single ‘Primeira Vez’ e promete que 2017 será o ano de lançamento do seu álbum. Quanto a outros sonhos e desejos, confessou-os à FLASH! com a maior disponibilidade simpatia…
Acaba de lançar o seu primeiro single …
Sim. Já tenho um single e em português… É uma música bonita que adorei assim que a ouvi. Foi composta pelo Guilherme Alface, dos ‘Átoa’ e produzida pelo Diogo Piçarra. Fala de superação, de deixarmos tudo o que nos faz mal para trás e recomeçar. Não há lugar para um "talvez". É começar como se fosse a primeira vez.
Mas o álbum está na forja. Para quando?
Sim está a ser cozinhado.
E, vai ter mais músicas em português?
Sim. É um desafio que lancei a mim própria.
A Deolinda tem uma cintura vocal muito grande e há quem diga "que dá até para cantar a lista telefónica"…
(risos) Cantar em português era algo que não tinha feito. Cantei em inglês, espanhol, mas português não e queria muito tentar…
Sentiu dificuldade?
Talvez nas palavras. Para cantar em português é preciso encarnar o Camões (risos) porque as palavras são meio tramadas e o sotaque para mim ainda é um desafio. Fico ali no meio entre o português e o angolano e a dificuldade reside na mistura que faço de ambos. Já no inglês não tenho problema porque perco os dois sotaques.
Além da música, a Deolinda estreia-se no mundo da representação…
Sim na série da RTP 1 ‘Dentro’. Participei como reclusa e não posso adiantar mais. As pessoas vão ter de aguardar e assistir.
E como foi esse desafio?
Foi estranho, no principio, mas depois… entranhou-se. Acaba por ser como na música onde também interpreto um personagem. O que sou em casa não é o que sou em palco, nem nos videoclips… Assim bastou pensar que estava a fazer um videoclip.
E quer repetir? Já há convites para outras experiências do género?
Adorava e se surgirem convites, vou estar muito receptiva. (risos)
No inicio do próximo ano vai ter lugar o Festival da Canção RTP. Já a convidaram?
Não. Não sei como funciona e é algo completamente novo para mim. Humm e não recebi nenhum convite…
Mas se recebesse, aceitaria?
É um desafio… mas é preciso esperar e, se chegar, depois decide-se. Se o convite chegar…saberão(risos)
É uma mulher de desafios. Inclusivé está a estudar Direito. É para poder escrever "direito por linhas tortas"?
(risos) O Direito é tramadoEstar presente todos os dias nas aulas é essencial . Algo que eu não tenho feito nos últimos tempos. Estou no segundo ano e vou fazendo nas calmas. Pretendo chegar ao fim. Desistir é que não.
Gosta da vida de estudante…
É muito stressante. Mas quero muito terminar o curso.
E, qual o ramo do direito que pretende seguir? Criminal, do trabalho, da família…
Ainda não me decidi, mas estou muito inclinada para a investigação criminal. O direito da família joga com as emoções. Para mim não dá.
Portanto, pretende exercer advocacia. Acha que, em consciência, consegue defender um criminoso, alguém que já matou?
É muito complicado. Posso até saber que ele é culpado mas compete à Lei e aos seus mecanismos provar que o é. Até lá não o podemos apontar como culpado. Eu gosto do curso, do direito, mas a justiça só é cega quando quer. É outro desafio….
Hoje está em Lisboa, mas tem afirmado que é no norte que se sente em casa…
É verdade. Aquela zona do norte é linda. A ribeira, tomar um "binho"… (risos)
Então vir para a capital está mesmo fora de questão?
Sem dúvida. Estou muito bem perto do rio Douro. E as pessoas de quem gosto e que estão aí para mim estão, umas em Guimarães e outras no Porto. Por isso, sair seria como mudar de país, de novo. Não quero. Não me agrada.
É avessa à mudança?
Sim. Cansa-me estar sempre a mudar. Mudar de casa, de local, mudar os papeis… é um stress. Estou no Porto e é lá que quero continuar.
Mas, mudou de Guimarães para o Porto….
Mudei. Era uma cidade muito bonita, calma e pequena, onde todo o mundo se conhece e aí é que está o problema. Todos querem saber da vida de todos e esse foi um dos motivos que me fez fugir de Guimarães. No prédio onde eu vivia era um terror.
Então se tivesse de voltar a mudar, só para Angola?
Não sei… Quero voltar mas agora é complicado. Já tenho aqui a minha vida organizada. Só se chegar a um ponto da vida em que achar que a minha missão aqui está cumprida. Então sim regressarei. Porém, enquanto tiver aqui algo para construir, ficarei.
Estar longe da família não é fácil…
Nunca é. E a minha está toda em Angola. De vez em quando vêm visitar-me mas é diferente. É muito bom podermos contar com a família, partilhar com ela os nossos desejos, as nossas vitórias, e até as coisas más, que assumem logo outro plano.
E como é que estamos de amores?
(risos) Ainda não estamos. Os pretendentes fogem dos cantores. Mas quando eu conseguir "prender" um, eu anuncio. (risos) Há uma piada no Facebook que diz assim "Eu tenho fé que um dia vá namorar, por que Deus gosta de mim. E, quando isso acontecer ninguém vai aguentar, por que eu vou postar fotos todos os dias. Ninguém vai relaxar". Tal como diz o ditado, todo o mundo vai ficar a saber que eu, finalmente, desencalhei! (risos).
Vejo que é uma fã das redes sociais…
Sou e sempre que tenho um tempinho livre distraio-me a ver o que as pessoas publicam. Aprende-se muito com isso. (risos) Fiquem atentos às redes sociais e pode ser que um dia os surpreenda com umas 100 fotos e o título "Finalmente desencalhada!" (risos)
Então e além desses, que outros projectos é que a Deolinda tem traçados?
Continuar a cantar. O resto surgirá ao longo do tempo. Não tenho algo construído, sedimentado, mas talvez num futuro próximo haja novidades.
E quais são os sonhos da doce Deolinda ?
(risos) O meu maior sonho é conseguir levar a minha música para outros horizontes, conseguir internacionalizar a música. E, claro que é sempre bom chegar a um país e saber que gostam do nosso trabalho, e que nos admiram.
Nunca pensou participar no ‘American ou Britain’s Got Talent’?
Não.
Por medo?
Também. É muito arriscado. Sempre temi os programas de talentos. Se arrisquei no ‘The Voice’ foi por grande insistência dos meus amigos e família. Por mim nunca teria ido. Agora que já consegui não quero saltar de programa em programa. Quero trabalhar. Nada na vida acontece por acaso. Portanto, agora é agarrar o que me surgir e desfrutar o melhor possível.
Já disse que teme a mudança. Em termos de imagem, o que mudou em si?
Algumas coisas. Mudou mais a forma de me apresentar. Antes não precisava de me preocupar com o que tinha de vestir, de usar em cada situação… Sempre fui muito prática. Usava aquilo que gostava independentemente da moda. Agora é diferente. Estou num processo de evolução a nível de imagem. Ainda não é algo que esteja muito definido, mas também nunca será. As regras da moda são para ser quebradas! Cada um tem de sentir-se bem com aquilo que veste e com a sua segunda pele. (risos)
E, quando for ainda mais famosa, acredita que continuará a manter a simplicidade, o sorriso, a disponibilidade e a boa disposição que lhe é peculiar?
Acho que isso nunca vai mudar. Independentemente de tudo o que poderá mudar serei a mesma pessoa. Não quero e não me deixo influenciar facilmente. Se não me deixei influenciar por todas as luzes da ribalta, não será agora que isso vai acontecer. Mas, se houvesse o risco de tal suceder, já tenho pessoas, amigos e familiares prontos para me puxarem as orelhas. Cresci numa família simples . Não precisamos de muito para ser felizes!
Com o Natal à porta a magia da época deixa-nos ainda mais sonhadoras…
Pois é, e eu preciso de arranjar namorado antes desse Natal. Quero mesmo ganhar um presente este ano. (risos)
E, como propõe consegui-lo?
Tenho de escrever uma carta ao "velhinho": " Querido Pai Natal o ano passado pedi, mas não fui ouvida. Este ano quero duas coisas: Uma conta bancária gorda e um corpo "Zero". Não se confunda, por favor. O corpo é "zero" a conta é que é gorda! E já agora… um namorado." (risos)
E, não seria bom receber também a visita da família?
Seria óptimo, mas desta vez serei eu a ir visitá-los. As saudades são tantas. Vai ser muito bom.
Desejos para 2017?
Saúde e alegria que o resto vem por acréscimo!