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Nuno Janeiro: "As relações não duram para sempre"

Dos namoros falhados, Janeiro guarda as melhores memórias. Apesar de não ter falado com Sofia Ribeiro, diz ter sofrido com a luta da atriz contra o cancro.
01 de setembro de 2016 às 00:00
nuno janeiro
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Há quem lhe chame o Johnny Depp português. Nuno Janeiro sorri. Aos 38 anos de idade, o ator mantém o ar de miúdo e talvez por isso, só este ano lhe deram pela primeira vez uma personagem onde desempenhou o papel de pai. Desafio que o fez feliz e que espera poder vir a agarrar mais vezes. Vive sozinho em Lisboa, depois do namoro de quatro anos com a repórter Inês Trindade ter chegado ao fim.

Sorridente, mostra-se grato por tudo o que a vida lhe traz. Aproveita o dia a dia e não faz grandes planos para o futuro. A morte inesperada da irmã, Ana Rita Janeiro, há cinco anos, empurrou-o para esta forma de estar. Com dez anos de carreira na representação está de braços abertos para todos os desafios mas, sem vaidade, garante: "Não sou a última coca-cola do deserto".

Foi convidado para a última temporada da ‘A Única Mulher’, em exibição na TVI. Como foi a experiência?

Este papel foi especial por várias razões: por falar brasileiro – apesar de ele não ser brasileiro; por ter voltado a uma casa muito especial que é a TVI, que foi onde comecei; e por ter trabalhado com uma equipa maravilhosa com a qual já tinha saudades de trabalhar e onde fui maravilhosamente bem recebido.

E interpretar um ‘personal trainer’, é um papel com o qual se identifica?

Tenho alguma facilidade em fazer de ‘personal trainer’ devido aos anos que treino e às coisas que vou aprendendo, que vou vendo, que vou imitando no ginásio mas a maior surpresa foi mesmo falar brasileiro. Às vezes falar português até é difícil mas ligaram-me e passado dois dias fui gravar.

Como fez para contornar essa questão?

Pedi ajuda! Quando tenho dificuldades não me importo de pedir ajuda e liguei ao Mourato (Jorge), que é meu colega e meu querido amigo e ele deu-me umas ideias e depois fui ver no ‘Youtube’ ler e falar em brasileiro. Agora só digo: "Oi, tudo bem?" (risos) Mas foi uma experiência muito boa, este género de personagens são miminhos para nós atores, que servem para crescermos, obriga-nos a trabalhar, a pesquisar e gosto bastante.

nuno janeiro
nuno janeiro Foto: Carlos Ramos

Também está prestes a estrear ‘Miúdo Graúdo’, na RTP1, onde faz pela primeira vez de pai. Como correu?

Era uma luta que andava a ter já há algum tempo. Há muito que queria fazer esse tipo de papéis, ou seja verem-me também como um ator disponível para personagens mais velhas e poder mostrar que também posso fazer esse tipo de papel, porque afinal são 38 anos, já tenho idade. Foi bom ter a oportunidade de fazer um papel assim.

Sentiu-se bem no papel de pai?

Muito bem e penso que passei aquilo que era preciso mostrar, apesar de no ‘Miúdo Graúdo’ a série focar mais a relação de marido e mulher do que de pai e filhos, mas penso que consegui até porque guardo muito os valores dos meus pais.

E prepara-se para começar a gravar uma nova série ‘Mistérios do Tempo’ para a RTP1. Quais as expetativas?

Vou começar a gravar em setembro e a minha personagem lembra aqueles ingleses que passam muito tempo em Portugal e depois falam um português estranho. É inspirada na série espanhola ‘El Ministerio del Tiempo’ e eu vou ser um ladrão que viaja no tempo e que rouba, por exemplo, o Eça

de Queiroz. Estou muito empolgado.

Em 2006 começou com os ‘Morangos com Açúcar’ [temporada 4]. Passaram dez anos, como tem sido?

Tem sido muito gratificante.

Quando foi ao casting era uma carreira de ator que desejava?

Não! Aliás fiz seis castings para entrar para os ‘Morangos’, tanto que no último disse que não ia voltar mais, que já tinham material mais do que suficiente e curiosamente nesse último fui chamado para entrar.

Queria ser ator?

Não! Trabalhava em moda e comecei a fazer muitos comerciais, o que fez com que ficasse à-vontade comas câmaras. Pedi então na agência para ir a castings para televisão e acabou por surgirem os ‘Morangos’.

E no final decidiu que queria ser ator ou foi empurrado?

Na altura os atores eram preparados durante um mês antes de começarem a gravar os ‘Morangos com Açúcar’ com a minha querida Maria Henrique e aí tive a certeza que queria ser ator. Depois começámos a gravar e pensei: "Porque não esforçar-me o mais possível?"

Formação que tem continuado a fazer?

Vou estando sempre formação, aliás agora estou a fazer uma de teatro com a Iolanda Laranjeiro, diretora de atores de ‘A Única Mulher’. Gosto de mostrar em cada personagem que há qualquer coisa diferente e a formação ajuda a que isso aconteça.

Quando se vê na televisão o que acha do ator Nuno Janeiro?

Não gosto de me ver, não gosto da voz.

nuno janeiro
nuno janeiro Foto: Carlos Ramos

Mas acha que é um bom ator, razoável ou nem por isso? O que sente?

Como é que vou explicar…Acho que não sou a última coca-cola do deserto, entende? É isso que acho. Não gosto! Parece-me sempre que podia fazer mais e melhor.

Passando para o foro mais privado, tornou-se público há uns meses o fim do seu namoro com a repórter Inês Trindade depois de mais de quatro anos juntos. O que aconteceu?

Acabou! Nestas coisas não há muito a falar. As relações não duram para sempre.

Mas continua a acreditar no amor? A ser um homem romântico?

Tem dias! Não sei…

Ficou desapontado por mais uma vez uma relação não ter dado certo? Até porque o Nuno já tinha manifestado publicamente que queria ser pai.

Não estou desapontado com nada. Tenho a oportunidade de conhecer pessoas boas e de guardar essas pessoas para o resto daminha vida. É tudo uma aprendizagem, por isso nunca fico magoado com nada.

A atriz Sofia Ribeiro, que foi sua namorada, travou uma luta contra um cancro. Falou com ela? Teve algum contacto ou cortaram relações?

Não falei com ela mas obviamente que lhe desejo o melhor. Ninguém devia passar por situações como aquela que ela passou, mas segundo sei correu tudo bem graças a Deus.

Em setembro faz cinco anos que a sua irmã, Ana Rita Janeiro, foi atropelada mortalmente. É uma dor que não se ultrapassa?

Aprende-se a viver com essa dor. Nós não temos noção mas todos os dias isto acontece, só que nunca pensamos que vai acontecer connosco. Aprendi a viver com a saudade e as saudades daminha irmã são muitas mas é um sentimento que depois parece natural, parece que faz parte de mim. Todos os dias o sentimento está comigo.

A morte prematura da sua irmã fez de si uma pessoa diferente?

Não fez com que fosse uma pessoa diferente, faz-me pensar que amanhã é outro dia, não no extremo em viver um dia de cada vez mas em dar atenção às pessoas que gosto, à minha família e a quem está perto de mim. Fez-me ser mais assim.

Quando pensa em ser pai, é um desejo que tem já há algum tempo?

Penso em ser pai mas não vai ser nada forçado, não é uma obsessão, é um processo natural da vida e quando vier será muito bem recebido.

Uma mulher para o conquistar tem de ter o quê?

Tem de ser uma pessoa bem disposta com sentido de humor, esses são fatores importantes.

Styling: Nuno Tiago e Iuri Pitta

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