
Os pormenores da morte da pequena Valentina, 9 anos de idade, não param de surpreender pela brutalidade e cenário dantesco de sofrimento e horror. As horas que antecederam a morte da menina de Atouguia da Baleia, Peniche, foram de verdadeiro terror às mãos do próprio pai.
Tortura, espancamento e asfixia. Horas de sofrimento que começaram logo pela manhã, tudo porque Sandro Bernardo, o pai de Valentina, suspeitava que a menina seria vítima de abusos sexuais. Sandro terá questionado a filha sobre envolvimentos sexuais com colegas na escola e se era vítima de abusos sexuais por parte de um homem a quem a criança tratava por "padrinho". A menina ter-se-á mantido em silêncio e, por esse motivo, Sandro torturou-a com água quente e múltiplas agressões de acordo com o 'CM'.
Segundo a investigação da Polícia Judiciária de Leiria, perante o silêncio da criança, o pai começou por queimar-lhe os pés com água muito quente durante o banho, enquanto lhe batia nas pernas e rabo. Sandro tentou ainda asfixiar a menina, tudo na presença da madrasta, Márcia. Uma forte chapada na cabeça acabaria por ser fatal. O casal deixou a criança morrer no sofá.
Foi o pai que transportou a filha, já morta, para um local de mato pouco iluminado. A madrasta conduziu o carro e terá ajudado o companheiro a tapar o corpo da criança.
Sandro Bernardo está acusado do homicídio qualificado e violência doméstica. Márcia está igualmente acusada de homicídio qualificado. Ambos os arguidos estão ainda acusados do crime de profanação de cadáver. A madrasta da menina vai para a cadeia de Tires, enquanto o pai vai ficar em preventiva no Estabelecimento Prisional de Lisboa.