
O pai de Carina Caldeira é suspeito de estar envolvido no clima de intimidação na Assembleia Geral do FC Porto, no ano passado, evento que deu origem às investigações que resultaram nas buscas e detenções desta quarta-feira, 30.
Adelino Caldeira, pai da apresentadora e administrador da SAD do FC Porto, poderá ter combinado com a claque Super Dragões a criação de um "clima de medo e intimidação" na Assembleia Geral Extraordinária do clube, para impedir os apoiantes de André Villas-Boas de falar, de acordo com o 'Jornal de Notícias' e o 'Observador'.
O administrador portista é suspeito de agir com o apoio de Fernando Saul, um dos detidos da Operação Pretoriano, e combinar com Fernando Madureira a entrada de um número elevado de elementos da claque na Assembleia Geral, que era reservada aos sócios.
No entanto, o Ministério Público não incluiu o nome do pai de Carina Caldeira entre as buscas e detenções desta quarta-feira.
Através de um comunicado, Adelino Caldeira negou qualquer participação na intimidação daquela Assembleia Geral. "Repudio veementemente qualquer associação que se pretenda fazer entre a minha pessoa e os factos ocorridos na Assembleia Geral do FC Porto do passado dia 13 de novembro de 2023. É falso que tenha instruído seja quem for a fazer fosse o que fosse na dita Assembleia Geral. Porque nunca tive com as pessoas detidas quaisquer conversas acerca dessa Assembleia Geral – seja antes ou depois, de forma direta ou indireta – ou sequer de outros assuntos relacionados com a vida institucional do FC Porto, só por maldosa especulação e efabulação se terá envolvido o meu nome nos reprováveis acontecimentos daquela Assembleia Geral".
Carina Caldeira ainda não fez qualquer declaração sobre as suspeitas contra o pai. A apresentadora, aliás, mantém um perfil discreto em relação à sua ligação com o FC Porto. Numa entrevista há quatro anos, fez raras declarações sobre o peso do apelido Caldeira na sua carreira.
"Isto é como tudo na vida. No início, [o nome] pode ter aberto algumas portas, sim, da mesma forma que algumas se fecham, mas, no fim, se tiveres talento, trabalhares e agarrares as oportunidades tudo acaba por falar por si. E é igual, de quem és filha ou de onde vieste. Quando comecei no Porto Canal, o Futebol Clube do Porto não tinha qualquer ligação ao canal. A primeira pessoa a apostar em mim foi o Bruno Carvalho, que era o diretor do canal da altura", afirmou à 'Lux' em 2020.
O caso
A Polícia de Segurança Pública efetuou esta quarta-feira, 31, uma megaoperação na área do Grande Porto que visou elementos dos Super Dragões. Pelo menos 12 pessoas detidas, entre as quais Fernando Madureira, o chefe da claque, Vítor Catão, um ex-diretor desportivo, e Fernando Saul, funcionários do FC Porto com ligações à claque. Em causa estão alegados crimes de ofensas corporais, danos, coação, ameaça e intimidação a jornalistas.