
O Tribunal da Relação do Porto (TRP) confirmou esta quarta-feira, dia 5 de abril, a condenação do antigo ministro, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e do Millenium/bcp, Armando Vara, pai de Bárbara Vara, assessora de comunicação do jogador internacional Cristiano Ronaldo, por 3 crimes de tráfico de influência, mantendo a pena de 5 anos de prisão efectiva, no âmbito do processo 'Face Oculta'.
O Tribunal negou o recurso que foi interposto pela defesa, depois de, em setembro de 2014, Armando Vara ter sido condenado, pelo Tribunal de Aveiro, a cinco anos de prisão efetiva por três crimes de tráfico de influência.
Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Armando Vara, confirmou, contudo, que o seu cliente irá recorrer para o Tribunal Constitucional. "Não era de todo a decisão que esperávamos, nem a decisão que consideramos adequada e correta", reforçou quarta-feira, em declarações públicas à saída do TRP.
O causídico sublinhou que, apesar de ainda não ter tido ainda acesso ao acórdão, vai agir, recorrendo da decisão para o Constitucional. "Não sei como Armando Vara vai reagir, não faço a mínima ideia. Não é uma decisão que estivessemos à espera, nem eu, nem o meu constituinte. Estou desiludido e surpreendido", sublinhou. Tiago Rodrigues Bastos assumiu que esta situação é "complicada" para Armando Vara, mas que "ainda está tudo em cima da mesa".
BÁRBARA VARA ARGUIDA NA 'OPERAÇÃO MARQUÊS'
Recorde-se que, a 9 de outubro de 2015, a filha de Armando Vara foi ouvida no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e foi constituída arguida no âmbito de outro processo, a 'Operação Marquês', por ser cotitular de uma offshore com o pai, a 'Vama Holdings', onde foram depositado mais 1 milhão euros via Joaquim Barroca, administrador do Grupo Lena, uma holding de construção civil que os investigadores suspeitam ter sido plataforma de dinheiros de corrupção.
A assessora de Cristiano Ronaldo, que trabalha para a Gestifute, empresa de agenciação desportiva de Jorge Mendes, é a décima arguida na 'Operação Marquês', um longo processo de investigação judicial que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates por suspeitas de corrupção passiva, fraude fiscal e branqueamento de capitais.