Paulo Pires tem a certeza que os dias encurtaram desde que começou a pandemia. O ator de 53 anos diz que vê cada dia passar à velocidade da luz. E tem a certeza que a culpa é sua.
"Isto na realidade tem sido um processo tranquilo. As horas escapam-me é pelos dedos. Primeiro porque durmo até mais tarde. Talvez porque não tenha que acordar cedo para gravar ou ensaiar, ou mesmo levar as miúdas à escola. Depois demoro mais tempo a fazer o pequeno almoço, fazemos almoços com vagar… e o tempo desaparece", diz o ator.
Mas conhecedor da situação da maioria dos portugueses, sente-se "um privilegiado", diz.
"Eu tenho um jardim, um espaço exterior, que me permite não estar confiando a quatro paredes. E mesmo agora que não estamos no Estados de Emergência, permite-me estar ao ar livre e fazer outras atividades", explica-nos. Como cozinhar. "Cá em casa a mestra é a Astrid, mas hoje por exemplo fui eu que assei uns salmonetes na grelha que estavam bem bons", conta com descontração.
Pior são as saudades dos pais. Paulo Pires, não está com eles fisicamente há quase dois meses. "Eu e a Astrid e as meninas saímos mesmo muito poucas vezes. Como a minha irmã mora mais perto deles é ela que tem estado a fazer compras para eles e a tratar daquelas coisas do dia a dia. Mas falamos todos os dias e pergunto sempre como estão e o que andaram a fazer, mesmo que sejam perguntas de retórica", diz o ator. "Eles estão juntos, estão bem e isso para já é o que interessa. Mas claro que há saudades."
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