Pedro Barroso recordou o período conturbado que viveu ao batalhar contra o vício das drogas, mais concretamente, de cocaína, em conversa com a mãe, Ana, no talk show de Júlia Pinheiro, na SIC.
O ator começou por pedir à progenitora que explicasse como olhou para esses tempos: "É um momento que é difícil, para todos os pais, para a família, mas eu às vezes imaginava que tinha ficado sem braços. Não tens braços para ajudar, para puxar… Há um lado meu que se parte, há um lado de impotência, de não querer pensar. Mas ao mesmo tempo há um lado melhor que é acreditar na vida e desistir raramente é opção para o que quer que seja. Fiquei triste por ti. Existiram períodos em que te tornaste inacessível, mas penso que é um lugar comum para muita gente", evidenciou.
"Eu não conheço ninguém que não tenha batido de frente no mundo uma vez na vida, que não tenha chorado, mas nunca aceitei que tu desistisses. O resto posso te dizer assim não tive vergonha, tinha vergonha se fosses imbecil, ladrão ou criminoso. O mundo está pejado de gente sem desculpas para aquilo que é. E no teu caso e no de pessoas que tive e que perdi. Já perdi pessoas que me foram queridas, mas quanto a ti não quis aceitar que desistisses do que quer que fosse. Sinto-me muito grata por teres tido essa força interior de seguir em frente", concluiu.
De seguida, foi Pedro Barroso quem relembrou a fase em que quis recorrer a tratamento, em 2018, mesmo enquanto gravava a novela ‘A Herdeira’, na TVI, tendo permanecido durante cinco meses em tratamento: "Claramente, o teu papel e todas as pessoas que nos rodearam na altura, foram muito importantes para mim, fazer-me sentir normal, fazer-me sentir que é um lugar comum para muitas pessoas. E que é possível superar.
"Esse vosso trabalho, essa vossa união foi muito importante. Há pessoas que é impossível eu esquecer, foram elas também as responsáveis pela minha vontade. Na altura quando me deram 21 dias para lá estar e voltar, e gravar o projeto, sair. A minha opção foi querer ficar, podia sair quando quisesse, eu quis ficar 5 meses. Era altamente exigente estar em tratamento e sair todos os dias para gravar, com a intensidade do que o projeto que era e gravava muitas horas por dia. Aquele grupo que me ajudou também a superar era muitas vezes sair do centro de tratamentos de manhã para ir gravar, era dali que eu saía, fez-me sentir sempre normal, muito ‘é por aqui que eu quero ir, é este o caminho’, concluiu o ator de 36 anos.
