
António Raminhos ganha a vida a fazer os outros rir. Mas a cabeça do humorista é mais complexa do que se possa pensar: sofre de ansiedade e precisa, volta e meia, de ajuda.
Em conversa com Júlia Pinheiro, volta a abrir a porta da sua intimidade para que assim possa ajudar outros que tenham o mesmo problema mental. Ou semelhante. "Tenho transtorno obsessivo-compulsivo desde pequenino", garantiu o ex-jornalista.
"Lembro-me de ter pisado um papel sujo com uma coisa vermelha e pensar que era sangue e ter ido para casa a pensar: E se agora está no meu sapato, o sapato está em casa, o pé está contaminado, já deixei cair comida e comi, será que estou doente? Isto traz ansiedade e sofrimento! Tenho uma falha neuroquímica, tenho pensamentos repetidos. Fico centrado nisso e não é porque eu queira", lamenta.
E recordou outro episódio: Com 20 anos ligou desesperado à irmã a chorar porque não conseguia sair de casa para ir para a faculdade. "Não era capaz de entrar no autocarro, de tocar em sítios, e contrariar isso causava-me ansiedade, um nível de desconforto... é como ter todas as doenças e não ter nenhuma", classificou.
Esta não é a primeira vez que Raminhos assume o drama que vive por causa desta falha química. Ainda recentemente revelou ter vivido um dos seus piores dias e que o pior passou-lhe pela cabeça.
E reconhece que a mulher, Catarina, sofre com a sua doença e que por vezes passa um mau bocado pela forma como é tratada pelo marido.