
Estávamos no ano de 2019 quando em outubro Raquel Tavares anunciou que desistia da sua carreira de fadista. Estava decida a deixar de cantar. Apostou, inclusivamente, em duas novas carreiras: na representação [ainda fez parte do elenco de novelas da SIC] e na apresentação de programas de televisão ['Domingão' foi a experiência mais longa].
Mas Raquel Tavares acabou por não conseguir manter-se afastada do fado. Já regressou ao palcos e prepara-se para um grande concerto em nome próprio no Coliseu de Lisboa, já no próximo 5 de dezembro. A este propósito a fadista deu uma entrevista ao podcast 'Posto Emissor' e revelou que não fala do assunto, ou seja, das razões que a levaram a afastar-se durante uns tempos.
Assume que as pessoas - o seu público - "merecem" que ela fale sobre o assunto só que garante: "Não há nada que eu vá dizer que vá agradar a todas as pessoas que ouvem. O que acontece é que o após esse momento não foi um momento feliz para mim e a memória não é boa e, por isso, é que eu evito lá voltar", realça a fadista.
Entre essas más memórias está o facto de muitas pessoas terem dado a sua opinião em relação à decisão de Raquel de deixar de cantar: "Houve muita gente a dar a sua opinião acerca de uma decisão que era só minha e só impactava a minha vida e a de mais ninguém", recorda.
"Percebo que aos olhos de muita gente o facto de ter a começado a fazer televisão nessa altura era um contrassenso. Claro que eu tinha como explicar tudo isso mas é claro que neste momento já não o quero fazer. E reservo-me ao direito de não o fazer porque é da minha vida que se trata", esclarece ao mesmo tempo que garante que nunca se zangou com o fado.
Depois em jeito de graça, ainda contou: "Parei de cantar em outubro de 2019, em janeiro de 2020 comunico-o, a pandemia vem em março. Li coisas como ‘Esta foi esperta, já sabia’”, recorda a fadista que só quer lembrar que voltou aos palcos: "O que interessa é que voltei a cantar... se me quiserem ouvir, sem quiserem receber, vou ficar muito grata"