O novo confinamento está a ser uma realidade difícil para muitas instituições culturais e para os seus intérpretes, e muitos decidiram reinventar algumas das suas iniciativas para que atores e público se possam encontrar, ainda que virtualmente. Assim, no passado domingo, o Teatro Aberto estreou no seu site a peça ‘Palavras em Palco – Um caminho para Caryl Churchill’, à qual poderá assistir, em streaming e gratuitamente, até dia 4 de abril, num formato que, segundo a própria companhia de João Lourenço, "não é teatro, mas é uma forma de nos aproximarmos dos espetadores."
A peça é uma homenagem à dramaturga Caryl Churchill e utiliza textos de quatro obras da britânica: ‘Proprietários’ (1972), ‘Top Girls’ (1983), ‘Sete Crianças Judias – uma Peça para Gaza’ (2009) e ‘Os Amigos de Barba Azul’ (2019), mas não sem antes de introduzir o espetador à vida e obra de Caryl. A realização esteve a cargo de Nuno Neves e a encenação, de Marta Dias, com interpretação de Margarida Vila-Nova, Bruno Bernardo, Sílvia Filipe e Vítor d’Andrade.
A obra de Caryl Churchill, de 82 anos, é caracterizada pelo surrealismo e pós-modernismo, focando-se nos temas do feminismo e da sexualidade, sendo que é considerada uma das dramaturgas contemporâneas mais influentes do Reino Unido. Começou em 1958 com ‘Downstairs' e foi obrigada a "romper com o meio artístico e sobreviver às críticas misóginas e à censura que existia" por terras de Sua Majestade, como é referido em 'Palavras em Palco'.
