
Gwyneth Paltrow está mais convincente que nunca na nova série da Netflix e já está a criar o pânico entre os críticos da medicina alternativa.
Em 'The Goop Lab', a estrela de Hollywood fala de exorcismos energéticos, do uso de cogumelos mágicos para o tratamento de distúrbios da saúde mental e dietas rigorosas para recuperar ou manter a juventude. Tudo isso e mais é justificado pela Netflix ao longo de seis episódios com a frase: "A série foi criada para entreter e informar, mas não fornecemos aconselhamento médico".
O diretor-executivo do serviço público de saúde britânico (o NHS), Simon Stevens, acusa a série de espalhar "mitos" e "desinformação".
"A Goop acaba de lançar uma nova série de TV, na qual Gwyneth Paltrow e sua equipa testam tratamentos como 'facelift do vampiro' e apoiam um massagista que afirma curar tanto traumas psicológicos agudos quanto efeitos colaterais, apenas ao mover as mãos duas polegadas acima do corpo do cliente", diz o chefe do NHS citado pela 'BBC'.
"A marca dela vende repelente para vampiros, diz que filtro solar químico é uma péssima ideia, promove a lavagem intestinal e máquinas para enema de café [técnica para lavagem do cólon através do ânus], apesar de apresentarem riscos consideráveis à saúde", continua, acrescentando que a Goop, como marca de beleza e bem-estar, está avaliada em 250 milhões de dólares (225 milhões de euros).
Os ataques não se restringiram apenas a Gwyneth. Na Internet multiplicam-se as críticas à Netflix por ter dado palco a estes discursos. Há até quem esteja a apelar a um boicote à empresa de streaming.
"Dar apoio para essa louca é pura insanidade. É perigoso brincar com o poder influenciador de uma atriz famosa com tratamentos de saúde alternativos que podem ser irreversíveis, ou pior, mortais", diz uma internauta no Twitter.
"Não seria ótimo se as plataformas rejeitassem programas de m#$%& porque são sem dúvidas terríveis para a sociedade? Mas não, eles ouvem pessoas burras continuam a dar luz verde a mais m#$%&/ só por dinheiro. A Netflix merece uma forte bofetada", lê-se noutro tweet.
Os defensores de Gwyneth
Apesar das críticas negativas, a atriz de 47 anos de idade ganha terreno e cada vez mais sucesso para a sua marca. O 'New York Times' tem esta segunda-feira, 3, um artigo de opinião sobre a série que questiona "o que há de tão terrível num grupo de adultos que buscam autoconhecimento, vitalidade e liberdade emocional".
"O que está trás de todas as críticas esmagadoras, previsíveis e repetitivas?", lê-se ainda. "A palavra 'ciência' transformou-se num sinal de virtude, mas a ciência é simplesmente uma ferramenta e pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. A 'ciência' foi usada durante a primeira metade do século XX para impedir as mulheres de amamentar, incentivando-as a recorrer a fórmulas altamente lucrativas e paradas nas prateleiras, e a frascos de comida para bebé", exemplificam as autoras Elisa Albert e
Recorde-se que em 2018 a empresa da atriz fez um acordo para pagar uma multa de 145 mil dólares (cerca de 131 mil euros) por ter realizado afirmações sem evidência científica sobre os ovos vaginais, alegando que as pedras equilibravam hormonas e regulavam o ciclo menstrual. Mais recentemente a estrela de Hollywood pôs velas à venda com cheiro de vagina.