
A distância traz a saudade e nunca o esquecimento… A frase é bonita e quem mantém relações separadas por muitos quilómetros gosta muitas vezes de usá-la para atenuar a dificuldade de estar longe.
Contudo, viver um relacionamento à distância não é tarefa fácil e para manter uma ligação afectiva há pormenores que não podem ser descurados, como a vida íntima e o convívio pessoal.
As relações por telefone, online e via Skype podem funcionar durante um tempo, mas mesmo nesses casos precisam de encontros regulares.
Porque um relacionamento só funciona com contato físico, química e até mesmo uma rotina. "O meu namorado está a trabalhar em Angola e só nos vemos de três em três meses.
A verdade é que o tempo custa a passar e as saudades são muitas. Trocar mensagens no Whatsapp, mandar imagens e falar no Skype muitas vezes não chega par acalmar o desejo.
Um dia destes dei por mim a flirtar com um colega de trabalho, por isso achei que estava na hora de fazer alguma coisa para atenuar as saudades.
Pedi ajuda a um colega do meu namorado e quando dei por mim estava num avião a caminho de Luanda. Bati-lhe à porta sem ele sequer suspeitar que eu estava em Angola e ele nem queria acreditar.
Depois dos beijos quentes e os abraços apertados despimo-nos apressadamente, como dois adolescentes a queimar de desejo. Foi uma noite avassaladora.
Fiquei mais uns dias e, apesar dele estar a trabalhar conseguimos desfrutar da companhia um do outro. Apesar do dinheiro ser importante na nossa vida decidimos que ele iria regressar a Portugal.
Aquela minha decisão de partir, de me atirar nos braços dele, mostrou o quanto o contato físico é importante no sucesso da nossa relação.
E por isso, nunca mais quisemos ficar afastados um do outro. O regresso dele ao nosso país não foi fácil, mas juntos demos a volta por cima.
Sei que se não tivesse sido impulsiva, talvez hoje não estivéssemos juntos", contou Sílvia R. As vivências de um casal frente a frente, são muito diferentes do que quando os assuntos são tratados através de um ecrã de computador ou telemóvel.
As discussões sobre banalidades são fundamentais e no mundo virtual parece que tudo é perfeito, quando na verdade não é.
Se não vê um futuro a dois no mesmo espaço físico e se já deu por si a gostar da atenção que um homem próximo de si lhe dá, então é tempo de ponderar se vale a pena continuar uma relação à distância.
"O meu companheiro estava a trabalhar no Porto e eu vivia em Lisboa. Ao fim de alguns meses ele começou a vir cada vez menos a casa.
Aos fins de semana dizia que estava cansado, e muitas das vezes fui eu que apanhei o comboio e fui ter com ele. A dada altura o interesse dele na nossa relação parecia ser cada vez menor.
E escusado será dizer que se uma relação não é alimentada, acaba por morrer. No meu local de trabalho há muito tempo que um colega me lançava piropos e me elogiava.
E aquelas palavras faziam milagres pelo meu ego, cada vez mais em baixo com a ausência do meu companheiro. Certo dia, num jantar da empresa, esse meu colega desafiou--me para continuar a noite na discoteca e eu cedi.
Dançámos, divertimo-nos e no final da noite ele roubou-me um beijo. Senti-me viva, como há muito tempo não sentia. Decidi rumar ao Porto e coloquei um ponto final na minha relação", explicou Ana S.