Sofia Ribeiro nunca escondeu que teve uma infância difícil. As dificuldades económicas marcaram o seu caminho: durante anos não teve uma casa fixa, saltando de pensão em pensão ao sabor da vontade da mãe, aos 14 anos já lavava tachos e servia às mesas dos restaurantes, num percurso difícil, mas do qual se orgulha e que a levou, ainda mais, a ter a certeza de estar agora a tomar a decisão certa, numa altura em que decidiu adotar as sobrinhas menores.
Foram meses de muita angústia, em que a atriz acompanhou de perto a situação familiar das sobrinhas a deteriorar-se até chegar a um limite. "Há muito tempo que a Sofia é a pessoa de referência das meninas, a estabilidade, porque a irmã [Tânia] tem passado por coisas complicadas, e o pai das crianças também. É uma vida difícil, com problemas com a Justiça e o que aconteceu foi que as meninas já estavam sinalizadas pela comissão de proteção de menores e se a Sofia não agisse iam para a adoção comum", conta à The Mag uma fonte, acrescentando que, assim que tomou conhecimento do facto, a atriz disse que queria dar início ao processo de adoção das sobrinhas.
Agora, Sofia prepara-se para uma mudança na vida tal e qual como a conhecia, tendo sido as últimas férias em Ibiza - nas quais se encontrou com Cristina Ferreira - as últimas sim filhas. A partir de agora, as crianças já vivem a tempo inteiro na casa que Sofia remodelou de forma a ter condições para receber duas crianças. "Sem dúvida que é um ato de amor incondicional. A Sofia tinha uma casa de 'solteira' e de repente mudou tudo para receber as sobrinhas. E não é só a casa, é a vida. Mas a Sofia é muito prática e já tratou de tudo. Vai ter uma pessoa para as ajudar e já inscreveu as meninas num colégio".
Nas redes sociais, a atriz partilhou as mudanças que fez em casa, onde transformou a sala de jantar num quarto e mostrou-se emocionada por receber as suas doravante filhas. "Sonhavam um dia ter um beliche. Um dia também eu sonhei o mesmo sonho concretizado agora! Não queriam acreditar, agora todos os dias tiram à sorte quem dorme na cama de cima! E eu, pareço uma tonta de olhos a brilhar com a alegria delas. É certo já combinámos, um dia durmo eu na cama de cima. ‘Nas alturas!’, como diz a mais nova".
OS DRAMAS DA FAMÍLIA
Aos 38 anos, Sofia Ribeiro conquistou, com muito esforço, uma posição confortável na televisão portuguesa, mas nada lhe foi 'dado de bandeja'. Lutou para contornar obstáculos e chegou até aqui sem qualquer ajuda familiar. Já sem pai, que morreu vítima de cancro no pulmão, a atriz desdobra-se agora para ajudar a mãe, Salomé, e a irmã Tânia [mãe das meninas], que vivem em condições difíceis desde há anos. "São assuntos muito complicados. A verdade é que a Sofia tem sempre feito de tudo para as ajudar, mas às vezes as pessoas precisam de querer ser ajudadas. E ela já não consegue fazer mais do que aquilo que está a fazer", diz a fonte, garantindo ainda que Sofia está sempre presente e vai acompanhando tudo, ainda que por vezes precise de se distanciar da família para conseguir manter a sanidade mental", explica, adiantando que a mãe e a irmã de Sofia já passaram por inúmeras situações complicadas, muitas delas que envolveram a polícia e a Justiça, e para as quais Sofia é sempre chamada como mediadora, de forma a tentar resolver o assunto.
"A Sofia ajuda monetariamente e está sempre a par de tudo o que se passa, mas às vezes precisa de se afastar para as coisas não se tornarem tóxicas".
Recorde-se que, no passado, a história da atriz foi tornada pública quando a mãe, Salomé Ribeiro, foi fotografada na fila para a 'sopa dos pobres', numa altura em que vivia como uma sem-abrigo. Nessa altura, a atriz estava de relações cortadas com a mãe e desconhecia a situação limite a que tinha chegado, mas ao aperceber-se do drama, prontificou-se a ajudar. Desde então, tem estado sempre à distância necessária para apoiar Salomé.
Depois do drama ter sido tornado público, Sofia Ribeiro acabaria por partilhar como foi a sua infância difícil. "Durante a minha infância nunca vivi numa casa. Casas, eram os quartos de pensões por onde íamos vivendo. Falo disto e de outros pedaços do meu caminho, no meu livro ‘Confia’. Mas não o faço como lamento ou para me vitimizar pelo contrário. Tenho o maior orgulho no meu caminho e sei que foi ele que me fez a pessoa agradecida que sou hoje. Por tudo! Acima de tudo, pelos momentos menos bons. Foram esses, tenho a certeza, que me colocaram no lugar certo do coração", fez saber.
