Chegou à Impresa com 29 anos, mas quando, após a saída de Pedro Norton, decidiu candidatar-se ao cargo de CEO, admite que o pai, Francisco Pinto Balsemão, não entrou em euforias. "Chutou um bocado para canto", contaria Francisco Pedro, o mais novo de cinco irmãos, que cresceu entre o peso de "ser filho de" e o desejo de trilhar o seu próprio caminho. Tímido, admite que tinha pavor de falar em público, mas que herdou da mãe a teimosia que tantas vezes o fez dar o passo em frente. Com os quatro irmãos – de três diferentes relacionamentos do pai – diz ter atingido a harmonia familiar. "Podíamos não nos dar, andarmos aqui à cabeçada, mas damo-nos todos muito bem."
A derradeira despedida a Francisco Pinto Balsemão aconteceu esta quinta-feira, 23 de outubro, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, numa verdadeira celebração do homem que foi o antigo primeiro-ministro e fundador do 'Expresso' e da SIC.
Os recentes negócios do magnata da televisão impulsionaram ainda mais a sua fortuna a poucos dias da sua morte. Estima-se que tenha deixado uma herança de cerca de 46 milhões de euros.
É neto de um dos fundadores do Ritz e trabalhou 17 anos na Ásia até o amor por Paula Amorim o trazer de volta a Portugal. Foi nessa jornada que se apaixonou pelo conceito de luxo que ao lado da mulher imprime nos espaços da cadeia JNcQUOI, onde se afirma, cada vez mais, como rosto dominante. Prestes a inaugurar um novo restaurante em Lisboa, o casal espera que 2026 seja o ano da consagração na Comporta e nos projetos de hotelaria, que atiram o grupo Amorim Luxury para o patamar seguinte nos negócios.
O ponto alto da cerimónia dos Globos do Ouro sempre foi aquele em que o antigo primeiro-ministro subia ao palco para entregar o Prémio Mérito e Excelência. Este ano, Pinto Balsemão voltou a manter-se longe do Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Foi o filho, Francisco Pedro, que assumiu essa tarefa.