Rúben Neves é um futebolista mundialmente conhecido, mas nunca se falou tanto no nome do português como nos últimos dois meses. Era o melhor amigo de Diogo Jota, íntimos, confidentes, e a forma como o jogador se entregou ao sofrimento não deixou ninguém indiferente. E não só nos momentos em que todos os olhos estavam postos nele, como nas cerimónias fúnebres em que, completamente destruído, ajudou a carregar o caixão do seu parceiro de vida, mas quando apoiou a família nas alturas em que ninguém via, como se tornou no importante ombro dos pais e da viúva do jogador, fazendo de tudo para manter a memória de Jota viva.
Um colo especial e importante para quem perdeu tudo, que enchem de orgulho os mais próximos do craque do Al Hilal, ainda que não os surpreenda porque Rúben sempre foi, na verdade, descrito por todos aqueles que privam com ele como um bom menino, coração de ouro, sempre pronto a ajudar o próximo, num amor que, agora, os mais chegados retribuem no momento em que mais precisa.
Esta semana, ao falar com a Sport TV, Rúben recordaria isso mesmo, com o amparo tem sido essencial nesta fase, sobretudo da mulher, Débora Lourenço. "Como já falei anteriormente, é um orgulho poder vestir esta camisola (de Diogo Jota). Os tempos não têm sido, de todo, fáceis. Felizmente, tenho uma mulher em casa e uma família espectacular a quem tenho de agradecer imenso e de quem tenho muito orgulho e portanto é olhar para a frente e fazer de todo para honrar o Diogo [Jota] melhor forma", fez saber Rúben Neves, de 28 anos, referindo-se à sua grande companheira de vida, com quem namora há mais de uma década.
São ambos de Santa Maria da Feira, filhos da terra, que se apaixonariam cedo na vida, com o amor a vencer todos os obstáculos, como a exigente carreira de Rúben e a chegada dos três filhos, que obrigaram Débora, antiga assistente de fisioterapia, a estar mais focada na maternidade para conseguir acompanhar as mudanças de país do marido, primeiro para Inglaterra, no Wolverhampton, e por fim para a Arábia Saudita, onde a família reside atualmente, numa vida bafejada pelos milhões árabes e as muitas comodidades de que podem usufruir.
Aos 28 anos, assume que foi para a Arábia muito por causa do apelo do dinheiro, mas também desafiado por Jorge Jesus, que treinava então o Al Hilal. "Claro que uma das razões foi o dinheiro, não se pode esconder isso", contou aquando da transferência.
UM MIÚDO QUE NASCEU PARA O FUTEBOL
Nascido em Mozelos, Santa Maria da Feira, Rúben Neves sempre foi um miúdo nos eixos, sendo que a única dor de cabeça que dava à mãe era a de partir as flores dos canteiros a jogar à bola. Da infância, guarda os jogos partilhados com o pai no Estádio do Dragão, mas também a ausência deste, por trabalhar no estrangeiro, o que fez, muito novo, desenvolver um grande sentido de responsabilidade na ajuda à mãe e à irmã.
No amor, sempre se mostrou devoto à companheira, Débora Lourenço, com quem mantém uma relação há mais de dez anos, e que pediu em casamento durante um passeio de barco no rio Douro, numa altura em que a filha mais velha tinha nove meses. O segundo filho nasceu a 13 de abril de 2019 e dois anos mais tarde chegaria Mateo. O enlace acabaria por acontecer em Veneza no luxuoso hotel JW Marriot Venice & Spa, em 2024, depois de ter sido adiado por causa da pandemia.
Agora, depois de ter perdido o seu amigo e confidente, tem sido o ombro da família de Diogo Jota, garantindo que nada lhes falta, e dando o seu maior apoio. Pediu, inclusivamente, autorização para passar a usar a camisola 21, o número de Diogo Jota na Seleção, e tatuou uma imagem do craque.
