Mais de dois anos depois de terem colocado um ponto final no casamento, Fernanda Serrano e Pedro Miguel Ramos estão a tentar dar uma nova oportunidade à relação. O que neste caso significa vencer alguns fantasmas e refletir sobre aquilo que correu mal nos 15 anos de união.
E naturalmente que não é apenas sobre isso que se debruça o novo livro de Fernanda Serrano, que será apresentado no sábado, mas como o título indica, 'Não Há Vidas Perfeitas', será um pouco uma reflexão sobre as várias fases da sua vida, que agora chega ao meio século, entre as quais o divórcio do empresário, com quem teve quatro filhos.
Ao abordar o assunto, a atriz da TVI explica que a decisão de uma separação foi muito ponderada e que partiu de si. Já sobre o motor que despoletou a rutura efetiva, fala de "uma desilusão".
"Tínhamos ideias muito idênticas em relação àquilo que representava construir e fazer funcionar uma família, pelo menos em termos de responsabilidades. Pareceu-me alguém que tinha os mesmos valores do que eu", começou por explicar, acrescentando que os "primeiros sinais de alerta" de que a relação já não era saudável surgiram cinco anos antes do divórcio.
"A determinada altura, houve uma dissociação de ideias, digamos assim. Uma desilusão grande que não culminou imediatamente numa rutura. Mas, como se costuma dizer, houve um dia em que me caiu a ficha. Houve uma desilusão maior, que, a juntar a outras menos significantes, me levou a colocar um ponto final na relação. Foi a gota d’água que fez transbordar o copo", pode ler-se na autobiografia.
No livro, a atriz dá ainda conta que Pedro Miguel Ramos não encarou de forma favorável a primeira conversa que teve sobre a separação. "Foi aos 40 anos que tive a primeira conversa sobre divórcio com o meu ex-marido. Uma conversa difícil em que disse o que pensava da nossa relação e que foi mal recebida pela outra parte. (...)Aos 40 anos, decidi que tinha chegado a altura de perceber o que é que queria do meu casamento dali para a frente. Isto é, se queria continuar a investir tendo já percebido qual era a realidade da minha relação. Só eu conseguiria tomar aquela decisão e tomei-a."
No entanto, por essa altura, Fernanda já estaria decidida a seguir com a sua vida para a frente, ainda que o divórcio não lhe tenha trazido apenas a serenidade que esperava, mas também muita dor.
"O dia em que assinámos o divórcio foi horrível. Horrível [...] Penso que nunca na minha vida me senti tão fragilizada à frente dos meus filhos como naquele dia. Acho que eles nunca me viram tão triste", sublinhou, acrescentando: "O divórcio é algo que, obviamente, provoca dor porque foi extensível a toda a minha família. Sobretudo aos meus filhos, que são as pessoas que mais amo e que menos quero que sofram."
NOVA PROXIMIDADE COM PEDRO
A autobiografia de Fernanda Serrano terá sido escrita quando a atriz ainda estaria a viver uma relação com o personal trainer Ricardo Pereira e em que a proximidade com Pedro Miguel Ramos ainda não era uma realidade. Porém, nos últimos meses tudo modou. Serrano decidiu colocar um ponto final no namoro e, posteriormente, começou a ser vista ao lado do 'ex', Pedro Miguel Ramos em momentos em que a família se mostrou unida.
Fontes próximas da atriz garantem que a cumplicidade entre os dois é uma realidade, mas publicamente o antigo casal prefere ser mais prudente, com a atriz a afirmar que os dois estão, simplesmente, a manter uma relação mais civilizada em prol dos filhos.
"Se alcancei, final e felizmente, uma boa relação com o Pedro, pai dos meus filhos e com quem estive casada 15 anos, só tenho a agradecer, pois é muitíssimo saudável para todos nós, sobretudo para os filhos. (…) Somos duas pessoas que construíram uma família muito bonita e que agora resgataram a cordialidade que os ex-casais com filhos devem todos lutar por ter", afirmou à ‘Caras’.
DA DOENÇA AOS DIAS FELIZES
A autobiografia de Fernanda Serrano passa em revista os 50 anos de vida da atriz da TVI, em momentos que vão do início da sua carreira às fases mais difíceis como o ano de 2008, em que lutou contra um cancro na mama.
Tinha acabado de ser mãe da pequena Laura e era ainda mãe de Santigago, de apenas dois anos, quando o mundo lhe caiu aos pés. "A Laura acabara de nascer quando percebi que algo não estava bem. A minha filha tinha três horas de vida, se tanto. Naquele 18 de dezembro, ao tocar, distraída, na mama direita, senti uma coisa do tamanho de um caroço de azeitona. Eu tinha dois filhos pequenos, dois bebés, e uma doença que podia deixá-los sem mãe. Um terramoto entrou na minha vida", recorda, adiantando que se seguiram meses de grande dureza física e emocional.
"Depois da cirurgia, tive de fazer seis tratamentos de quimioterapia com 21 dias de intervalo. E a seguir radioterapia com 31 ciclos diários. (...) Que difícil foi esse ano de 2008. Tantos solavancos, tantas decisões difíceis de tomar."
Hoje, admite não viver presa à doença que ultrapassou, mas garante que lutar contra um cancro a mudou como pessoa. "A doença transformou-me como pessoa. Também me fez crer que não estamos sozinhos. Que, seja onde for, seja qual for o nome que lhe damos, há algo ou alguém a tomar conta de nós."
