A consternação é geral. Há muito tempo que não se assistia a uma onda de comoção geral tão grande como aquela que suscitou a partida de Diogo Jota e do irmão, André Silva. Eram ambos jovens, com a vida pela frente e a isso acresce a popularidade do craque do Liverpool que, a somar ao talento, era conhecido pelo coração e nobreza de carácter. Em cerca de duas semanas, Jota converteu-se numa lenda em Anfield, onde o número 20 jamais voltará a ser usado. Num momento de profunda dor, os pensamentos de grande parte das pessoas vai para os pais, que perderam os seus únicos filhos, e para Rute, o grande amor e mãe dos três filhos de Diogo Jota, que sempre o acompanhou durante toda a carreira.
No entanto, nas cerimónias fúnebres dos irmãos, um outro rosto em lágrimas suscitou um sentimento de dor generalizado. Agarrada ao caixão de André Silva, que partiu com apenas 25 anos, a namorada mostrava-se completamente destroçada, num luto que tem agora de fazer em tão tenra idade - tinha sensivelmente os mesmos anos do que o companheiro.
Os dois eram inseparáveis. Conheceram-se no Norte do País, onde Paula Calvelhe, assim se chama a cunhada de Rute Cardoso, estudou na Escola Superior de Enfermagem do Porto e, tal como Diogo Jota e a mulher, foram crescendo lado a lado, numa história de amor que se mantinha há pelo menos cinco anos.
Em 2020, durante umas férias em Portugal, Diogo Jota fazia questão de partilhar com o mundo um encontro entre as duas famílias, que descansavam, assim, ao sol juntas. No entanto, essas eram imagens raras, uma vez que o craque optava por divulgar mais momentos profissionais e nas redes sociais de Rute não há registos visíveis com Paula Calvelhe, que não foi vista na homenagem aos irmãos em Anfield, Liverpool.
Num momento de grande dor e luto em tão tenra juventude, a jovem, que é enfermeira no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, apoia-se na família direta para suportar a dor inimaginável. Do outro lado, para Rute Cardoso, que ao que tudo indica ainda se encontra em Inglaterra, há um mar de decisões a tomar, a começar pelo local onde irá, agora, reiniciar a vida sem Jota.
Há cinco anos que a família vivia em Liverpool, no entanto, apesar de todo o carinho recebido, a permanência em Inglaterra dificilmente fará sentido sem o marido. A mudança para o Norte do País é, por isso, a mais expectável, uma vez que lá Rute poderá contar contar com o apoio incondicional da sua família, nomeadamente da irmã, que tem sido o seu grande pilar nesta fase de sofrimento profundo, em que se tenta reerguer.
Os três filhos, com idades compreendidas entre os oito meses e os quatro anos, são a grande prioridade da viúva de Diogo Jota, nomeadamente dar-lhe toda a estabilidade emocional que precisam numa fase ainda que ainda não têm idade para compreender a tragédia que se abateu sobre a família. No entanto, Rute fará questão de manter sempre o legado de Diogo vivo.
