
Durante a última segunda-feira, dia 15, ficou a saber-se o que para muitos era quase um dado adquirido: José Castelo Branco vai mesmo ser julgado pelo crime de violência doméstica contra Betty Grafstein, com quem viveu lado a lado durante cerca de 30 anos. Uma decisão tomada após a defesa do socialite ter pedido a abertura do Debate Instrutório, que visava evitar que o caso fosse a julgamento, mas que não surtiu o efeito desejado, havendo da parte dos tribunais a forte convicção de que os abusos foram cometidos.
De acordo com a acusação, José Castelo Branco obrigava Betty Grafstein a vestir roupas que ele próprio escolhia, a andar sempre maquilhada ou a usar sapatos altos, que lhe causavam dores aos pés deformados pela idade. Segundo o Ministério Público, este tipo de comportamentos por parte do socialite terá sido uma constante ao longo do casamento e começado pouco após o início da relação, o que culminou com a queixa por violência doméstica formalizada pelos médicos e profissionais de saúde do Hospital Cuf Cascais, onde a norte-americana deu entrada depois de uma alegada queda. "Atuou com o propósito de maltratar a vítima, molestando-a no corpo e na saúde psíquica, injuriando-a e atemorizando-a, bem sabendo da idade avançada da sua mulher”, pode ler-se na acusação.
Já se passou mais de um ano e, desde então, o caso não conhecia avanços significativos. Durante esse período, José Castelo Branco, que como medida de coação estava impedido de se ausentar de Portugal, conseguiu regressar a Nova Iorque e retomou a sua vida, encontrando-se atualmente a residir no apartamento que partilhava com Betty, por decisão da justiça de Nova Iorque. Foi de lá que reagiu ao julgamento que aí vem. Sem surpresa e com humor, o antigo marchand d'art mostrou-se tranquilo. "Pedi sempre aos meus advogados que eu queria ir e que fazia questão de ir a julgamento. Se o caso fosse arquivado, não teria o mesmo sabor de vitória", reagiu, para de seguida acrescentar que "quem não deve não teme".
Já em Nova Iorque, a decisão foi celebrada efusivamente entre o núcleo próximo de Roger Basile, filho de Betty, de 96 anos. À FLASH! a antiga agente de José Castelo Branco, Luciana Lima, conta que a sensação é a de que está a ser feita justiça. "Celebrámos com champanhe. Era muito importante para a Betty que o caso não ficasse por aqui, porque havia sempre a sensação de descrédito, e que a justiça poderia não funcionar. Então, e mesmo nas circunstâncias em que ela se encontra, este passo é importante", conta Luciana, acrescentando que, aos 96 anos, a americana se mantém lúcida, apesar da normal debilidade física para a idade.
A antiga agente de Castelo Branco lembra ainda que ela própria inicialmente duvidou das queixas de violência, por querer acreditar no português, até que se tornou inegável, face à força de todos os depoimentos que estava errada. "Hoje, não tenho dúvidas daquilo que a Betty sofreu."
O FUTURO DE JOSÉ CASTELO BRANCO
Com o processo nas mãos de uma nova juíza, é uma incógnita a forma como esta irá lidar com a 'evasão' de José Castelo Branco de Portugal, mas é natural que, nesta fase, as medidas de coação do socialite possam ser revistas, forçando-o, de alguma forma, a regressar ao País.
Confrontado sobre essa hipótese, o socialite revelou, no entanto, estar tranquilo. Afirmou que não está fugido e que nada o impede de voltar a Portugal, reforçando o facto de ser cidadão norte-americano.
“Neste momento, se me apetecer, meto-me num avião e vou tranquilamente a Portugal ou a qualquer outro ponto da Europa, sem temer ficar com uma ordem de restrição. De não poder sair do país, de não poder ausentar-me… Para já, sou americano. Em segundo lugar, vivo nos Estados Unidos há dez anos seguidos”, avançou à TVI.