O que acontecerá à Família Real de Espanha se Jaime del Burgo – tal como tem ameaçado – conseguir provar que Letizia traiu mesmo Felipe VI antes e depois do casamento? Que medidas terá o Palácio da Zarzuela que tomar se o advogado conseguir mostrar por "A mais B" que a rainha é uma mulher adúltera? Estamos num plano de suposições e fazer futurologia é algo que não está ao alcance de ninguém.
Mas uma coisa é certa: Letizia, tal como Felipe VI, estarão em muito maus lençóis. Será que, se tudo isso vier a acontecer, o rei poderá continuar a mostrar-se indiferente à situação e fazer de conta que nada aconteceu? Será que a rainha vai continuar a comportar-se em público como se não fosse ela a principal protagonista de um imenso escândalo? Será que uma tão falada cessação de convivência entre o casal real será suficiente para não fazer mais mudanças na família real?
E se a única solução para acalmar o escândalo for o divórcio entre Letizia e Felipe? A saída "de cena" da antiga jornalista será suficiente para salvar a monarquia espanhola? E Felipe VI sentir-se-á confortável em continuar sem a figura da mulher a seu lado? A dar-se esse cenário, o povo vai querer ter um rei sem todo o glamour que uma rainha consorte acaba por imprimir à instituição? LETIZIA PÔS EM RISCO O CAMINHO DE LEONOR
Como se vê são muitos ‘ses’ e muitas as questões que se levantam para as quais ainda não há qualquer resposta ou, sequer, um sinal dado pela Zarzuela. Seja qual for o caminho escolhido pela Casa Real nenhum se vislumbra fácil para a coroa. E muito menos para Felipe VI. Ele, que assumiu funções para salvar a coroa de um outro escândalo, dessa vez tendo Juan Carlos I como figura central. Recorde-se que o rei emérito foi obrigado a abdicar a favor do filho para que a instituição não soçobrasse perante a imensidão da polémica e dos crimes de que era acusado como é o caso de corrupção, fuga ao fisco e branqueamento de capitais.
Se à época da abdicação de Juan Carlos - anunciada em 2 de junho de 2014 e oficializada em 19 de junho do mesmo ano -, Letizia foi vista como uma peça essencial para libertar a monarquia dos escândalos e para lhe dar um cunho mais moderno, longe se estava de imaginar que, quase uma década depois, estaria ela própria no olho do furacão e pudesse fazer perigar a imagem de seriedade, integridade e retidão para a qual tanto trabalhou desde que foi coroada rainha consorte. Mais: pode até ter hipotecado o furturo da filha mais velha. Aquela que nasceu para ser rainha.
PRINCESA PODE SER CHAMADA A SALVAR A COROA
Recuperamos todo este passado recente para que se possa perceber as dificuldades que a Casa Real de Espanha enfrenta neste momento e como essas mesmas dificuldades levam a centrar as atenções em Leonor, a herdeira do trono. A princesa só tem ainda 18 anos e a sua formação como futura rainha está longe de estar concluída, mas poderá estar nela a única solução para preservar a monarquia.
Se até 2023, a filha mais velha de Felipe VI e Letizia teve uma vida que se pode considerar tranquila, o mesmo não se pode dizer desde que completou a maioridade. Apesar dos apelos da rainha, Leonor teve mesmo que ingressar na Academia Geral Militar de Saragoça, no dia 16 de agosto, para iniciar a sua formação militar. O pai mostrou-se irredutível e insensível aos pedidos da mulher, pois considera que para se ocupar o lugar que ele hoje ocupa e que um dia será da princesa das Astúrias é essencial ter conhecimentos militares. Passar por duras provas de resistência física e psicológica. Perceber que a vida não se faz apenas de privilégios e benesses. Ali, Leonor é igual a cada um dos outros cadetes.
ESTRATÉGIA PARA APROXIMAR FUTURA RAINHA DO POVO
É ponto assente: depois de Saragoça, a futura rainha terá ainda mais dois anos de formação militar pela frente e passará, por isso, por mais duas academias. Além do exército, ainda passará pela força aérea e pela marinha onde embarcará no navio escola Juan Sebastián Elcano. Mas convém dizer que a imagem de Leonor como futura rainha de Espanha não se faz só de estudos e formação militar. A Casa Real sabe bem que é essencial – especialmente neste momento de crise – que a princesa das Astúrias comece a ter uma presença mais assídua e próxima do povo. É preciso que comece a ser admirada, respeitada e, sobretudo, amada pelos espanhóis.
Assim, foi posta em marcha uma estratégia para que o país não resista à ‘Leonormania’. É importante construir uma imagem positiva da filha mais velha de Felipe VI. Tentar a todo o custo afastar a "má imprensa", difundir momentos favoráveis da jovem e estudar minuciosamente cada nova aparição em público da herdeira do trono. Nada é ao acaso ou fruto de qualquer eventualidade. Pelo menos naquilo que a Casa Real consegue controlar.
Há situações que saem, por vezes, do controlo como foram umas recentes saídas noturnas de Leonor com amigos da academia e durante as quais foi vista a beber álcool e a fumar um cigarro eletrónico. Ainda hoje se discute se essas imagens serão verdadeiras, pois a revista ‘Hola’ – a chamada revista oficial da Família Real – garante que a princesa, nesse dia e a essa hora estava num restaurante de hambúrgueres com algumas das suas amigas de caserna. Mas mesmo que seja verdade que tenha estado numa discoteca a divertir-se, são coisas próprias da juventude. Ainda assim, o Palácio da Zarzuela prefere que notícias deste género nunca sejam difundidas e venham a público. "QUERIDA LEONOR, NÃO ESTARÁS SÓ NO TEU CAMINHO"
"QUERIDA LEONOR, NÃO ESTARÁS SÓ NO TEU CAMINHO"
Há quem trabalhe nos bastidores – será uma equipa de assessores contratados pelos reis – para pôr em marcha a já falada ‘Leonormania’ tendo, no entanto, o cuidado de não fazer da princesa uma ‘influencer’ ou uma espécie de celebridade. Pretende-se que a futura rainha tenha a tal imagem positiva, mas que isso não aconteça pela roupa que usa, pela cor e comprimento do seu cabelo ou pelos locais que frequenta com os amigos. É essencial não vulgarizar a imagem da princesa.
Leonor será rainha por nascimento. Já Letizia, essa é rainha consorte, ou seja, um título que lhe veio pelo casamento com Felipe. Quer isto dizer que há uma enorme diferença entre mãe e filha. Enquanto, a antiga jornalista é uma espécie de adorno e imagem de frivolidade da monarquia esse não será, garantidamente, o papel que espera a princesa das Astúrias no futuro. Futuro esse que pode estar mais próximo do que se imagina.
Curiosamente [ou nem por isso], não são conhecidos muitos elementos pessoais sobre Leonor. Os espanhóis pouco sabem da jovem que um dia se sentará no trono e assumirá [em parte] os destinos do país. Ela própria disse sobre si: "Sou uma folha em branco". Foi desta forma que se autoapresentou quando jurou bandeira perante as cortes. Nesse dia apenas pediu: "Confiem em mim". E foi Felipe VI – um pai orgulhoso da sua filha – que deu a resposta mais acertada que se pode dar a alguém que dá os primeiros passos na difícil tarefa de aprender a ser rainha. "Querida Leonor, não estarás só no teu caminho", garantiu o rei que garantidamente apoiará e protegerá a sua sucessora.
