Aproveitando o interregno de dois anos, por causa da pandemia, Letizia conseguiu convencer o marido a não passar as férias da Páscoa no Palácio Marivent, em Palma de Maiorca, como era tradição entre a família real de Espanha. A mulher de Felipe VI apresentou como "trunfo" o facto de ainda existirem números elevados de covid-19 e de que seria mais prudente não viajar para as Baleares para servir de exemplo aos súbditos. Falou também em poupança e na vantagem de apresentar uma imagem menos ostentatória.
Uma desculpa bem esfarrapada, pois a antiga jornalista não optou por ficar em Madrid. Mais uma vez, foi capaz de persuadir o rei de Espanha a sair do país rumo a um destino que não é revelado – tal como tanto gosta – e passar uns dias de lazer longe de casa e na companhia das duas filhas, a princesa Leonor – que viajou do País de Gales onde está a estudar – e a infanta Sofia.
Para trás ficou Palma de Maiorca, que Letizia tanto odeia, especialmente depois daquela Páscoa de má memória, a de 2018, quando a rainha se incompatibilizou publicamente com a sua sogra em plena Catedral de Palma e que tanto manchou a sua imagem junto do povo, para além da sua popularidade ter caído a pique dentro e fora do seu país. Este escândalo, ocorrido no final da missa do Domingo de Páscoa, em Palma de Maiorca, começou quando a rainha se opôs determinantemente que a sogra tirasse fotografias ao lado de Leonor e Sofia. Colocou-se várias vezes à frente das câmaras fotográficas para que não fossem captadas imagens da avó com as netas. Felipe teve que intervir e repreender a mulher.
UM DESCONFORTO QUE JÁ VEM DE LONGE
Sem sucesso, pois quando saíram para o exterior da catedral, Letizia voltou a protagonizar mais um gesto de má educação e má vontade para com a sogra. No exterior, Doña Sofia deixou explícito que não havia desistido da intenção de tirar uma fotografia com as netas. Letizia manteve-se alerta e foi impedindo que a sogra conseguisse concretizar o seu propósito. Mas foi quando a rainha emérita beijou a princesa Leonor na testa, que a antiga jornalista voltou a ter uma atitude muito pouco recomendável: aproximou-se da menina e, com a mão, "limpou-lhe" o beijo da avó. Como se isto não bastasse, Letizia volta a ser incorreta com a sogra no momento em que toda a família se perfila para tirar a tradicional fotografia da Páscoa. A infanta Sofia fica muito próxima da avó... demasiado próxima no entender da rainha de Espanha que acaba por puxar a filha para si e, assim, afastá-la de Doña Sofia.
Se já não gostava destas férias passadas com a família do marido, depois deste incidente – que lhe valeram apupos e ofensas nos tempos subsequentes – a mulher de Felipe VI passou a odiar e a fugir as estas reuniões familiares. Palma tem outras más recordações para a mulher com quem Felipe VI se casou. Desde que começou a ir com os Borbón de férias para aquela ilha balear, que Letizia se sentia posta de parte. Nas poses habituais à porta da catedral para as fotografias da praxe que a jornalista se sentia posta de parte pela família do marido. Faziam questão de a fazer notar que o seu papel era secundário e que não passava de uma plebeia. Ela sempre teve este sentimento de inferioridade em relação os restantes membros da realeza. A piorar a sua situação na ilha, era o facto de já todos terem os seus hábitos e rotinas em Palma. Há anos que ali passavam férias. Ela não! Todos tinham as suas atividades desportivas, os seus grupos de amigos, as suas lojas e restaurantes preferidos. Ela não! Sempre se sentiu completamente isolada naquelas paragens. E enquanto todos aproveitavam para se divertir, ela ia criando um ódio imenso à ilha.
O FIM DE UMA ERA
Foi com este sentimento a queimar-lhe o íntimo que Letizia iniciou um plano: conseguir quebrar as tradições e convencer o marido a passar férias em qualquer lugar do mundo, menos ali. Mas para isso estava consciente que tinha de começar a afastar a família de Felipe. Começou pelas cunhadas, as infantas Elena e Cristina, mas estava consciente que o "osso mais duro de roer" seria afastar definitivamente os reis eméritos, Sofia e Juan Carlos. O exílio forçado do sogro foi uma bênção para Letizia. Depois, com alguma paciência e mestria, também logrou manter a sogra à distância.
Este foi um caminho longo para a mulher de Felipe VI, mas ela nunca desistiu. Mostrou-se determinada a criar as suas próprias tradições, a mostrar que desde que o marido subiu ao trono, acabava uma era e começava uma outra e que doravante era ela (com Felipe, claro) que agora detinha as rédeas da monarquia. Empenhou-se em dar uma imagem mais moderna da coroa e muito menos formal. Resta apenas saber se conseguiu os seus propósitos e se o espanhóis estão contentes com esta mudança imposta por Letizia.
A SOLIDÃO DA RAINHA SOFIA NESTA PÁSCOA
Com o marido exilado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a rainha Sofia viajou para Palma de Maiorca de forma a cumprir uma tradição que ela própria iniciou nos anos 70: passar a Páscoa na ilha que ela tanto ama e que a faz lembrar a sua tão amada Grécia. Com ela seguiu a irmã, Irene, que há tantos anos vive com a rainha emérita num dos anexos do palácio da Zarzuela. As duas estão cada vez mais próximas e são a companhia uma da outra. Não se conhecem os planos da infanta Elena nem da infanta Cristina para esta quadra festiva, mas provavelmente nenhuma das duas passará a Páscoa com a mãe. Elena sempre foi muito mais próxima de Juan Carlos e a sair de Madrid seria para passar uns dias com Juan Carlos no Médio Oriente.
Já a Cristina encontra-se em pleno processo de divórcio e dificilmente terá vontade de viajar para Palma onde teria que enfrentar os olhares curiosos das pessoas quando comparecesse ao lado da mãe na Missa na Ressurreição na catedral. Além disso, dificilmente infanta conseguiria ter junto de si os seus quatro filhos, pelo que o mais provável é que permaneça em Genebra, a cidade onde vive com a filha mais nova, Irene.
Para além da sua grande paixão por Palma, há quem diga que a rainha Sofia insiste em viajar para a ilha também como uma forma de se vingar da nora. Ao estampar a sua solidão perante o mundo inteiro, ela está a lembrar que a culpa de tudo isto é de Letizia. É ela a responsável não apenas pela sua solidão, mas também pela desunião na família real. Sofia considera que a nora destruiu a harmonia que reinava entre os Borbón. Mas ainda há um outro pormenor: a rainha emérita insiste em manter a tradição para transmitir que não se passa mal neste mundo encantado em que insiste em viver. Acredita que se agir como sempre agiu ao longo dos anos, os problemas desaparecem como que por magia. Que ninguém falará de traições, divórcios, exílios, zangas, amantes, enriquecimentos ilícitos, lavagens de dinheiro, subornos e abusos de poder.
