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THE MAG entrevista exclusiva

Sandra, a mulher de Jardel, fala sem tabus sobre drogas, dinheiro, outras mulheres e o "milagre": "Ele saía de casa e eu nunca sabia quando ou se ele voltava"

"Deixei de viver a minha vida para viver a dele". É assim que Sandra define a sua vida desde que se apaixonou pelo ex-jogador. Amiga da família, sabia desde o primeiro dia da dependência de drogas e álcool do antigo jogador de futebol, mas sempre acreditou na recuperação. Anos marcados pela solidão, pelo medo do companheiro não voltar para casa e de suspeitas de traição.
Carolina Pinto Ferreira
Carolina Pinto Ferreira
24 de fevereiro de 2022 às 23:46
jardel, susana aguiar de souza
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Sandra Aguiar de Souza. É este o nome da grande mulher por detrás do super-Mário Jardel e que, ao longo de 13 anos, tem estado ao lado do antigo jogador do FC Porto e do Sporting. A empresária de Fortaleza assume que, desde o primeiro dia em que "bateu com o olho" no ex-futebolista, percebeu que este tinha algo especial. Já era íntima da família do concorrente do 'Big Brother Famosos', ajudava a mãe de Jardel a combater o vício do álcool e, desde sempre, esteve a par da luta do goleador contra as drogas. 

Cristã, depositou toda a sua esperança em Deus, e nunca sequer ponderou deixar Jardel para trás. À THE MAG, fala das noites mal dormidas, dos dias que não soube do companheiro, do sofrimento da família e como a política destruiu o nome do seu grande amor. Um relato de coragem e de quem sempre acreditou que o amor ia vencer... e venceu!

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Mário Jardel recorda uso de drogas e garante: 'Problema superado'

Está com o Jardel há 13 anos. Onde, afinal, começa este amor? 

Ui, esse amor começa bem antes de assumirmos realmente uma relação. 

Então? Conte-nos essa história.

Eu e o Jardel conhecemo-nos através da irmã dele, a Juliana. Eu vivia em Fortaleza e conhecia bem toda a família dele e todos falavam muito do Jardel. A Juliana passava a vida a dizer-me que eu tinha que conhecer o irmão dela. Até que um dia ele vem cá de férias. A Juliana liga-me e diz que ele vai organizar uma festa em casa e que quer que eu vá com ele. Eu fui. 

Foi amor à primeira vista? 

Não sei se foi amor à primeira vista mas sei que assim que entrei o meu olho bateu nele. Passámos a noite toda a conversar e rapidamente percebemos que tínhamos muita coisa em comum. Começámos a falar do tempo de escola, ele começou a contar coisas e percebi que o Jardel andou comigo na escola. Era aquele rapaz que estava sempre a jogar à bola.

Mas lembrava-se dele? Que idade tinham?

Tinhamos 11 ou 12 anos. Ele queria sempre ficar no recreio, nunca queria voltar para as aulas e isso era sempre motivo de discussão. O Jardel foi expulso de várias escolas exatamente por isso. A vida dele já era a bola. 

Voltando à festa... Estiveram a noite a conversar e...

Dois ou três dias depois ele voltou a entrar em contacto comigo. Tivemos mais uns encontros e começámos um namorico, mas uma coisa curta. De dois ou três meses. O Jardel estava de férias em Fortaleza, eu sabia que ele tinha que se ir embora. As férias acabaram e ele voltou para a sua vida. Senti que nos havíamos de voltar a encontrar. 

E voltaram...

Sim, mas não foi logo! Não vai acreditar mas estive 5 anos sem ver o Jardel. Ele vinha a Fortaleza de férias mas havia sempre alguma coisa que nos fazia estar desencontrados. Só passados esse tempo é que começámos a namorar a sério, já ele estava no fim de carreira. 

Quando começaram a namorar, a Sandra sabia dos vícios do Jardel? Dos consumos de cocaína e de bebidas alcoólicas?

Eu sabia de algumas fraquezas sim, mas vi logo que ele era bom e que precisava de ajuda. Eu era muito próxima da família dele, principalmente da mãe. Mesmo antes de namorarmos, quase todos os dias ia a casa da D. Fátima. Ela tinha problemas com o álcool, os filhos não estavam cá e sensibilizei-me muito com a situação dela. Ia sempre ver se ela estava bem. Com os anos fui-me inteirando da situação. 

Mário Jardel, Fátima Ribeiro
Mário Jardel, Fátima Ribeiro

Ao longo destes 13 anos, a Sandra deve ter assistido a muitas "situações limite".

Sim. Houve fases muito difíceis, mas sempre acreditei que Deus nos ajudaria. O Jardel saia de casa e eu nunca sabia a que horas é que ele vinha ou se voltava. Houve uma noite em que estava muito angustiada. Ele saiu e eu antes fiz as minhas orações, como faço sempre. Passado um tempo, senti alguém a sacudir-me o braço.Não era ninguém, era Deus. Levantei-me e voltei a rezar. Duas ou três horas depois o Jardel chegou a casa, deitou-se e achou que eu estava a dormir e disse, baixinho: "Amor, agradeça por eu estar vivo." Até hoje não sei o que aconteceu, nunca perguntei, mas sei que fomos muitas vezes salvos por milagres de Deus. 

Teve medo que o Jardel morresse?

Muitas vezes. Tive muito medo que ele morresse. Pedi muitas vezes a Deus que fizesse aqiilo que eu não podia fazer. 

Que era o quê? 

Protegê-lo. Não podia estar sempre com ele. Pedi para que Deus o salvasse. É um milagre ele estar vivo e ele sabe disso.

Em algum momento o Jardel foi violento consigo?

Nunca! Às vezes exaltava-se, ficava chateado, falava um pouco mais alto mas nunca me bateu ou mostrou intenções de o fazer. Sou uma pessoa muito calma, dotada de muita paciência. Não bebo, não fumo, não gosto de sair à noite. 

"Tive muito medo que ele morresse. Pedi muitas vezes a Deus que fizesse aquilo que eu não podia fazer"

Sandra Aguiar de Souza, mulher de Jardel

É a antítese do seu companheiro, portanto. 

Sim, mas também temos muito em comum. Ele é uma pessoa pura, transparente. Com um coração muito bom. 

O Jardel pediu, em direto, desculpas ao filho. Sente que eles lhes faltou?

De alguma forma sim. 

Perdeu o contacto com os filhos?

Não, isso nunca. Mas quando o Jardel se separou [da Karen] o Mário Jardel Júnior tinha 5 ou 6 anos. Ele manteve sempre o contacto por telefone, nunca se esqueceu dos filhos. Mas também falhou. Esteve ausente, errou por não ter sido um exemplo durante muito tempo, por não ter acompanhado o crescimento dos meninos de perto. Era ausente, afastou-se. O Jardel ama mas ama do jeito dele e temos que respeitar.

A cocaína é um vício dispendioso. Alguma vez vos faltou dinheiro?

Não. Houve momentos mais difíceis mas nunca nos faltou nada. O Jardel nunca perdeu nada do que era dele, manteve tudo, até porque havia muita droga e bebida que lhe era dada Costumo dizer que não estive com ele no tempo das vacas gordas, mas sempre vivemos bem. Mesmo depois de uma fase em que ele esbanjava dnheiro em muitas farras, mulheres... 

Foi traída? 

Havia rumores que sim, muita gente me dizia que sim, mas a verdade é que eu nunca vi nada. Passei por muita coisa que nunca imaginei na minha vida. 

Disse que muita droga e bebida lhe era oferecida.

Sim, as pessoas são muito cruéis. Toda a gente conhece o Jardel. Às vezes íamos jantar fora, sair um pouco, e as pessoas iam ter com ele para lhe dar. Era um sufoco.

"Sofri muito. Passava 24 horas sem saber notícias do Jardel, com o coração apertado. Deixei de viver a minha vida para viver a dele"

E a sua família? Como lidava com tudo isto?

Sofremos muito e isso não posso negar. Os meus pais viam a minha situação, mas toda a gente gostava muito do Jardel e sempre acreditou que ele ia superar o vício. 

Sentiu-se sozinha?

Muito. Se não fosse a minha família e a fé que tenho em Deus, não sei como teria sido. Sofri muito. Passava 24 horas sem saber notícias do Jardel, com o coração apertado. Deixei de viver a minha vida para viver a dele.

E depois vem a política. O Jardel foi eleito deputado federal e acabou acusado de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e organização criminosa. 

Ele é muito inocente. Os acessores chegavam ao pé dele, davam-lhe papéis para ele assinar e ele assinava tudo, sem desconfiar de ninguém. As pessoas viam que ele era inocente e aproveitavam-se disso. Aproveitaram-se da sua bondade. 

mário jardel
mário jardel

Está então a dizer que o Jardel é inocente?

Sim, sem dúvida. 

Acha que foi alvo de uma armadilha?

Não acho, foi mesmo. Vou explicar: se querem guardar um segredo, não o contem ao Jardel. Ele não consegue guardar nada para ele, mas não é por mal. Como toda a gente sabe, há muita coisa errada na política e o  Jardel começou a ficar a par de muita coisa. Eles viram que ele podia representar perigo caso abrisse a boca sobre o que se passava e então arranjaram forma de o afastar de uma forma muito suja. 

Este foi mais um período de recaída?

Sim, claro. Nós sabemos que fez isto mas não gostamos de vingança. Deus há de fazer justiça. 

Tem medo que ele tenha uma recaída quando sair do 'Big Brother Famosos'?

Há sempre receios, não posso dizer que não, mas também tenho muita fé. Vejo que ele está bem, com uma mente bem forte e limpa. Tenho muito orgulho que ele tenha deixado o álcool porque uma coisa puxa a outra. Agora só falta deixar os cigarros. 

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A promessa surpreendente de Mário Jardel

E a igreja? Como é que o salvou?

Fiz tudo para que ele não faltasse aos cultos. Eu própria comecei a faltar por querer estar sempre ao pé do Jardel, a controlá-lo. Até que eu percebi que não valia de nada estar em casa. Não era por eu ficar, que ele ficava comigo e voltei a ir ao culto. Puxei por ele. Às vezes não queria ir mas eu insistia. Quando estava em abstinência, chamava os irmãos da igreja para virem orar lá a casa connosco e foi assim que ele se foi salvando. Deus tem sido muito bom para ele. Só ele sabe o que eu passei.

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