A história dos dois pode não ter começado da melhor maneira e é certo que William demorou o seu tempo a aceitar a presença daquela que em tempos foi a grande rival da mãe, Diana, na vida do pai, mas os últimos tempos mostraram ao príncipe de Gales que não é altura de cultivar ressentimentos. E, de acordo com a imprensa britânica, tem sido de coração aberto que o príncipe procurou Camilla neste início de ano. Com Carlos a lutar contra um tumor na próstata e Kate Middleton a enfrentar, igualmente, uma batalha contra o cancro, William e a madrasta têm sido uma espécie de confidentes na dor.
"Os últimos acontecimentos aproximaram muito William e Camilla. Por um lado, há a responsabilidade de tomarem conta da 'coroa', enquanto o rei e a princesa se estão a recompor, e por outro é a dificuldades do que estão a viver que os tem aproximado e tornado mais confidentes", explicou a especialista em realeza Jennie Bond, acrescentando que, para o príncipe de Gales, está a ser muito difícil lidar com a grande reviravolta operada na sua vida ao longo dos últimos anos.
Tudo começou com a zanga com o irmão, Harry, com quem continua de costas voltadas, ao que se somaram duas gigantes perdas: do avô, Felipe de Edimburgo, e um ano mais tarde, da avó, a rainha de Inglaterra. De uma assentada, William ficava sem duas das suas grandes referências, numa sensação de orfandade que o fazia regressar ao episódio da sua vida, quando perdeu a mãe numa tenra idade.
No meio da tristeza, a mulher, Kate, e os três filhos 'aguentaram o barco', dando-lhe a estabilidade e alegria necessário, mas no início do ano também esses alicerces que pareciam inabaláveis começaram a abanar.
A notícia do diagnóstico de Kate deixou toda a família doente e nos primeiros tempos ninguém sabia qual a melhor forma de lidar publicamente com o assunto. Após vários 'erros de casting', a sinceridade acabou por ser a melhor arma do casal e a princesa decidiu gravar um vídeo emotivo em que explicava a gravidade da sua situação.
Depois disso, o casal resguardou-se para celebrar a Páscoa em família e prepare-se para retomar as rotinas. E se Kate tem pela frente os tratamentos da quimioterapia preventiva que terá de fazer, William terá, mais do que nunca, de dar a cara pela família e lidar com a pressão da sucessão, que acontece precisamente na altura em que está mais frágil. É que a doença do rei faz com que seja cada vez mais notório que o príncipe de Gales terá de assumir o trono mais cedo do que aquilo que esperava. Resta saber é em que circunstâncias...
UMA AMIZADE QUE CRESCEU COM O TEMPO
Hoje, a relação entre William e Camilla Parker-Bowles é assente numa amizade, que se tem solidificado, mas o início não foi propriamente fase, uma vez que o príncipe cresceu a ouvir a mãe referir-se a Camilla, como o 'rottweiler' e a acusá-la de ser a grande responsável pelo fim do seu casamento com Carlos.
"A Diana contou ao William mais do que a maioria das mães contariam aos seus filhos. Mas não tinha escolha. Ela queria que os filhos soubessem a verdade por ela, e não pelos tabloides", revelou a amiga próxima da família, Rosa Monckton, num livro escrito pelo especialista em realeza Penny Junor.
William foi, portanto, acumulando histórias negativas sobre Camilla, que via como a principal responsável pelo fim do casamento dos pais e pelo estado depressivo que ia pautando os últimos anos de Diana.
Por essa altura, já Carlos e Camilla vivam um relacionamento cada vez mais oficial e dois meses antes da morte da Princesa, Carlos achou que estava na altura de contar aos filhos que tinha uma namorada. No livro de Penny Junor, a conversa é descrita como um monólogo, no qual só o atual rei de Inglaterra falou. Carlos contou aos filhos como Camilla, o seu grande amor da juventude, tinha reaparecido na sua vida e o fazia muito feliz. Do outro lado, o mais profundo dos silêncios. Carlos viria mesmo a confidenciar mais tarde que William lhe teria dito que não queria mesmo saber.
Depois da morte de Diana, tudo ficou mais complicado para William, que na altura tinha apenas 15 anos, e Harry, de 12. E se antes do trágico acidente de Diana, Carlos tinha planos para apresentar oficialmente a mulher que amava aos filhos, de repente nunca parecia a melhor altura com os jovens a estarem mergulhados num desamparo profundo e a tentar enfrentar o vazio pela partida abrupta da mãe.
Bastante mais cauteloso depois da morte de Diana, Carlos tentava introduzir aos poucos o assunto Camilla e foi quase um ano após a morte da princesa que o encontro entre William e Camilla aconteceu.
Estávamos em junho e William tinha regressado ao palácio mais cedo do que o previsto, depois de uns dias em Balmoral, e por essa altura Camilla estava lá. "William está aqui. Bem, vamos lá fazer isto", terá dito Carlos a Camilla.
Encaminhou-a para o piso onde o filho mais velho residia, colocou-os frente a frente e saiu dos aposentos deixando-os sozinhos durante cerca de meia hora. Apesar de tudo o que já tinha ouvido falar sobre a madrasta, a verdade é que nessa altura William terá baixado um pouco a guarda com a conversa a ser até um pouco sentimental. Quando deixou o pequeno príncipe, Camilla vinha completamente desorientada. "Acho que preciso de uma bebida", revelou depois da intensidade do momento a sós com William.
Depois disso, as mágoas foram-se dissipando e o príncipe viria a aceitar Camilla como sendo parte da família, numa relação primeiro cordial e depois de amizade e união, que agora se estende à mulher, Kate Middleton e aos seus filhos.
