
Afinal, Juan Carlos acabou por não ficar em Portugal. Usou apenas o nosso país para apanhar um avião para a República Dominica [embarcou no Porto, vindo de Sanxenxo, na Galiza].
Acredita-se que o antigo rei emérito [deixou de ter este título desde que o filho foi obrigado a retirar-lhe os títulos e todas as mordomias que tinha] terá sido acolhido pelos irmãos Fanjul, empresários que fizeram fortuna com a plantação de açúcar e que são amigos do antigo rei espanhol há muitos anos.
Ao que parece, Juan Carlos ficará alojado numa das casas do complexo Casa de Campo, em La Romana, mas apenas durante umas semanas. Tudo indica que será uma estada provisória e que o exílio definitivo ainda não está decidido.
No passado fim-de-semana , o pai de Felipe VI reuniu os amigos mais chegados para fazer uma espécie de festa de despedida e ter-lhes-à dito que voltará em setembro, Não se sabe se a intenção é regressar a Espanha ou à Europa, pelo que o exílio em Cascais não está ainda posto de parte.
Esta decisão de abandonar (temporariamente o país) não se prende com uma fuga à Justiça, pois os espanhóis acreditam que Juan Carlos, pelo seu caráter, é homem de encarar os seus erros e responsabilidade.
Deixou Espanha por amor ao filho. Tem consciência de que a sua presença ensombra a monarquia e dificulta bastante o trabalho e o papel de Felipe VI. Por isso, preferiu retirar-se mas fazendo saber que continua disponível para responder à Justiça sempre que isso lhe seja solicitado.