
É um dia de outono; as temperaturas estão baixas, mas ainda não se ligaram os aquecimentos nem acenderam as lareiras. De repente, começa a sentir um calor enorme: as bochechas aquecem e o suor começa a escorrer. Tira o casaco e desaperta os botões de cima da camisa. À sua volta, tudo é normal; as pessoas seguem, com um termóstato que não parece registar qualquer subida de temperatura. Será o seu que está avariado? Afinal, o que se passa consigo?
Nada de mal, nem nada que a torne assim tão diferente. É, provavelmente, a menopausa a chegar, e este é um dos seus sintomas mais comuns. Mesmo assim, e apesar de ser uma fase da vida que toca — ou tocará — todas as mulheres, muitas delas são apanhadas de surpresa. E porquê? Porque este ainda é um tema pouco debatido, uma espécie de tabu, com as poucas conversas sobre ele a serem sussurradas entre mulheres, em surdina, como uma confissão envolta em vergonha e secretismo.
Com o Dia Mundial da Menopausa a assinalar-se a 18 de outubro, a Wells está determinada a pôr fim ao secretismo e à vergonha que ainda rodeiam este tema. Como parte desse compromisso, a marca lançou uma ampla campanha de sensibilização nos meios de comunicação, criou a plataforma wells.pt/menopausa e o podcast Não Fica Bem, onde Jéssica Athayde entrevista várias figuras públicas sobre questões relacionadas com a menopausa. Além disso, promoveu o estudo Menopausa: Como é vivida pelas mulheres em Portugal que revelou dados alarmantes: 64% das mulheres em perimenopausa ou menopausa afirmam estar numa fase má ou muito má da sua vida, e nove em cada dez mulheres são afetadas por pelo menos um sintoma, com uma média de sete sintomas distintos. Entre os mais comuns, destacam-se a gordura abdominal (57%), ondas de calor (55%), insónias (54%) e cansaço (47%).
Em junho de 2024, a Wells reforçou esta iniciativa com a organização de uma conferência dedicada ao tema, intitulada Não Fica Bem Falar de... Menopausa, onde apresentou os resultados desse estudo. O evento, que contou com oradoras como a atriz Cláudia Raia e a apresentadora Júlia Pinheiro, foi um passo crucial para trazer este tema para o debate público. Esta ação faz parte da estratégia contínua da Wells de promover o bem-estar feminino em todas as fases da vida e combater o estigma que ainda envolve a menopausa.
Com coordenação científica do médico ginecologista e obstetra Joaquim Neves, o estudo Menopausa: Como é vivida pelas mulheres em Portugalda Wells contou com uma amostra de mil mulheres entre os 45 e os 60 anos e chegou a resultados pouco animadores. Se, por um lado, mais de metade (56%) das mulheres sente os primeiros sintomas antes dos 50 anos (uma em cada quatro revela ter tido os primeiros sintomas antes dos 46 anos), a maioria diz ter experienciado sinais durante dois anos, com 34% das mulheres em plena menopausa a considerarem esses sinais intensos ou muito intensos. Por outro lado, o documento refere que 81% das mulheres assume não saber distinguir a perimenopausa (o período que antecede a menopausa) da menopausa, com 52% das mulheres a sentirem-se pouco ou nada preparadas para esta fase da vida, devido à falta de conhecimento, e 61% das mulheres em perimenopausa a não planearem tomar medidas preventivas antes dos primeiros sintomas.
E, mesmo quando os sintomas surgem, as mulheres continuam a não procurar assistência médica: 38% das mulheres que se apercebem da aproximação à menopausa não procuram um médico especialista ou demoram pelo menos um ano a fazê-lo; 14% das mulheres em plena menopausa ou em pós-menopausa não têm qualquer acompanhamento por um profissional de saúde, e 73% não fazem qualquer tratamento específico.
Com a saúde a ser grandemente afetada nesta fase da vida – doenças cardiovasculares ou osteoporose tendem a instalar-se ou agravar-se –, não procurar ajuda médica para lidar com a situação é um erro. Não é fraqueza nenhuma admitir que algo está errado e tentar resolver os problemas, ou, pelo menos, enfrentá-los. De acordo com o estudo Menopausa: Como é vivida pelas mulheres em Portugal, a saúde mental está na linha da frente das preocupações, com 29% das mulheres na menopausa a avaliar o seu estado psicológico como pouco ou nada saudável. Vários especialistas defendem a existência de uma "janela de vulnerabilidade" para a depressão e ansiedade nesta altura. Aliás, o inquérito confirma que os efeitos da menopausa na saúde mental são ainda pouco reconhecidos, com 63% das mulheres a não associar sintomas como a falta de memória, dificuldade de concentração, ansiedade e depressão à menopausa. Com tudo isto, uma grande fatia das mulheres inquiridas vê a sua autoestima afetada negativamente, e mais de metade admite que a menopausa alterou a forma como se vêem – para pior.
Com tudo isto, não é de estranhar que a saúde sexual possa ser uma das vítimas deste período. Segundo o estudo, 46% das mulheres reconhecem efeitos negativos da menopausa na vida sexual, com 37% a referir a perda de libido como um dos principais factores que contribuem para uma vida sexual menos satisfatória.
Pensar-se-ia que, com este turbilhão a afetar as suas vidas, as mulheres não parassem de falar sobre o assunto. Mas não. O inquérito demonstra que existe um enorme silêncio e que as mulheres optam por abordar este tema apenas em círculos fechados: 72% discute-o entre amigas, enquanto 60% escolhe nem falar sobre isso com o marido ou parceiro. Não surpreende, assim, que, em cada cinco mulheres, quatro considerem que há pouco debate sobre o tema.
Com tudo isto em mente, a Wells lançou a plataforma wells.pt/menopausa, a maior página online sobre a menopausa em Portugal. Com revisão científica do médico ginecologista Joaquim Neves e a colaboração de dezenas de especialistas, a plataforma oferece uma vasta gama de textos, informações e vídeos sobre temas que vão desde a explicação da menopausa e as suas várias fases até aos sintomas físicos e psicológicos mais comuns, bem como estratégias para lidar com eles – que não têm de passar, necessariamente, pela medicação.
E para que nunca mais se sinta perdida numa consulta médica, sem saber como abordar o tema, está disponível para download uma tabela de avaliação de sintomas. Esta ferramenta foi criada para ajudar as mulheres a prepararem-se para as consultas médicas – para que não fique sem saber o que dizer ou sobre que sintomas falar com o seu médico. E, claro, também está disponível no site, em formato de vídeo, o podcast Não Fica Bem Falar De... onde convidados como Júlia Pinheiro, Marta Crawford e Cláudia Raia falam sobre tudo o que diz respeito a esta fase da vida. Porque, na verdade, fica mesmo bem falar sobre isto.