
Joga com o mesmo número de Cristiano Ronaldo, o 7, e tal como o futebolista madeirense é um dos mais influentes jogadores da sua seleção.
Antoine Lopes Griezmann é um dos principais rostos da França, mas podia sê-lo também com a camisola da Seleção das Quinas, caso a história tivesse sido escrita com outras linhas. É fácil de explicar: Griezmann nasceu em Mâcon, a 70 kms de Lyon, França, mas nas suas veias corre sangue bem português, por parte dos avós do lado materno. E foi por isso a Federação Portuguesa de Futebol chegou a tentar que ele escolhesse jogar por Portugal, ainda nas camadas jovens. Mas contemos a história: Em 1957, Amaro Lopes (da Cavada, a alcunha), natural de Paços de Ferreira, emigrou para França com a esposa Carolina. Tiveram 5 filhos, José, Manuel, Maria Alzira, Andrea e Isabelle - a mãe de Antoine Lopes- que nasceu já em solo gaulês.
O avô de Griezmann foi mesmo um dos jogadores fundadores do Paços de Ferreira, em 1950, um defesa raçudo, segundo rezam as crónicas.
Antoine é fruto da relação de Isabelle com Alain Griezmann e tem dois irmãos: Théo, mais novo, e Maud.
"Sinceramente, o Antoine tem bastantes coisas do lado Lopes. Até costumo dizer que é mais Lopes que Griezmann, embora respeite muito o pai dele. No estilo em campo é muito parecido com o meu pai, o Amaro da Cavada", contou o tio de Antoine, José Lopes, ao MaisFutebol.
"O Antoine nasceu em 1991 e o meu pai faleceu em 1992. Infelizmente, estiveram pouco tempo juntos. A minha mãe faleceu em 2009 e viveu os últimos anos em casa do Alain e da Isabelle, portanto tinha muito contacto com o Antoine, que gostava muito da avó Carolina. Mas também sabe tudo sobre o avô Amaro", acrescenta José Lopes na mesma entrevista.
CORAÇÃO PORTUGUÊS
Antoine Griezmann, ou Grizi, como é tratado pelos amigos, nunca renegou ou esqueceu esta ligação a Portugal, tal como acontece no aclamado filme A Gaiola Dourada, que trata a relação dos emigrantes e filhos de emigrantes lusos em França. Em finais de 2014, antes de jogar um amigável contra a equipa das Quinas, o melhor marcador do Euro2016, reconheceu: "Vai ser especial, ainda mais porque o meu avô, Amaro Lopes, foi profissional no Paços de Ferreira. Vou a pensar nisso quando entrar em campo e não sei ainda como hei-de homenageá-lo".
Há costumes que Grizi não perde, como comer bacalhau na véspera de Natal ou reunir toda a família Lopes nestes dias especiais, mesmo que não consiga soltar muitas palavras de português à exceção do fácil vernáculo. Por isso, agora, a festa da vitória francesa na Rússia também se faz pelas ruas de Paços de Ferreira.