
Em vida, Pinto da Costa sempre foi especialista em manter um certo mistério em relação a determinados assuntos e sempre foi muito cauteloso ao falar de contas, património e dinheiro. Por isso, não é de estranhar que o tema da herança faça correr tanta tinta e, acima de tudo, todas as manobras que o podem envolver.
Na verdade, com Pinto da Costa nada foi nunca linear e a herança pode ser apenas mais uma das histórias que podem estar mal explicadas, com uma coisa a ser certa: poucos saberão a verdade.
No Porto, entre aquele que era o círculo mais próximo de Pinto da Costa, correm várias versões sendo que uma delas alerta para o facto de que a decisão de o antigo presidente portista ter deserdado o filho Alexandre possa ter mais a ver com questões legais do que de coração, uma vez que há inquéritos a decorrer contra o primogénito, que poderiam inviabilizar, de futuro, que ele pudesse ficar com esses bens. "Aqui, há muito tempo que se fala, por exemplo, que o Alexandre passou alguns bens para nome da mãe para proteger património", diz uma fonte.
Na missa em que se assinalou o primeiro mês desde a morte de Pinto da Costa, os irmãos Alexandre e Joana, assim como a viúva, Cláudia Campo, foram fotografados pela revista 'Nova Gente' num momento de comunhão, o que deita por terra teorias de uma guerra sobre a herança e, por outro lado, alavanca a tese de os três estão concertados em relação à herança e que as principais partilhas podem ter sido feitas em vida, até porque o antigo presidente portista temia que os irmãos se desentendessem por causa de dinheiro.
E se na herança oficial, Pinto da Costa deixou apenas um T1, movimentações recentes sugerem que no último ano, altura em que tinha consciência de que o tempo não estava a seu favor, o azul-e-branco começou a tratar de dividir o seu património. Além de ter vendido as ações do FC Porto, vendeu a casa onde vivia nas Antas à mulher, numa transação cujos valores ainda não estão esclarecidos.