
Só quarenta anos depois o popular apresentador de televisão José Carlos Malato, de 60 anos de idade, afastou da sua mente a ideia de "suicídio". No 'podcast' 'A Beleza das Pequenas Coisas', conduzido pelo jornalista Bernardo Mendonça, o eterno parceiro de Tânia Ribas de Oliveira, Catarina Furtado ou Vanessa Oliveira no pequeno ecrã revela como a mãe, e "a organização das Testemunhas de Jeová" o 'mataram' aos 21 anos, quando assumiu a sua homossexualidade e o expulsaram da igreja.
"Foi o primeiro suicídio", começa por referir sem peias, relatando o mal que sentiu: "Eu fui isolado socialmente. Quase todos os meus amigos eram da organização das Testemunhas de Jeová. E eles deixaram de me falar. Eu fui expulso e deixei de ter… Eu não tinha ninguém… Porque é isso que eles fazem, quando a pessoa é expulsa. Eles deixam de falar e como a pessoa só tem aquele núcleo de amigos, tinha os amigos da escola, pouco mais. Esse ostracismo é uma forma de morte também".
A descida ao abismo
Afastado da igreja e da mãe, que também o ostracizou, José Carlos Malato fez-se à estrada e foi-se perder no mundo. "Logo a seguir eu entro na vida. Não foi bem renascer. Vou para França fazer as vindimas e entro num 'looping'. Num 'loop' de drogas, de tudo. De experimentar tudo. De viver. Eu tinha… estamos a falar de 1985, completamente em fase de libertação sexual. Toda!", descreve, assumindo que experimentou tudo o que pôde experimentar.