
Dalila Carmo, de 46 anos de idade, perdeu recentemente o contrato de exclusividade com a TVI, que tinha desde 2015, e não esconde a sua desilusão com o que se vive hoje nas televisões, reféns da ditadura da imagem, do fácil. "Esperei para arrefecer e não falar com a animosidade à flor da pele.. Acredito que há coisas que acontecem por alguma razão. Não tenho ressentimentos em relação ao que aconteceu...", começa por dizer à 'Caras', deixando logo a seguir algumas questões: "O que hoje em dia interessa mais na nossa profissão? O tabalho, que nos qualifica, ou as redes sociais? Ou a faixa etária?"
Com um currículo invejável na televisão, no cinema e no teatro, Dalila Carmo faz questão de não abdicar dos seus princípios, mesmo que esta atual "selva da indústria" a ponha de lado. "Quero que me avaliem pelo que sou, não quero criar uma personagem consoante as modas", justifica, deixando alguns avisos a quem manda na área em Portugal: "Temos de ter cuidado com aquilo que pedimos a algumas pessoas e com a forma como o fazemos, porque nem toda a gente é igual e está disposta a abrir mãos das mesmas coisas. Tenho o direito de controlar a imagem que quero passar cá para fora. E, a partir do momento que me dizem 'tens de tirar as cuecas', reservo-me ao direito de recusar. Há uma parte que é 'show business', outra não. A forma como se está a desenvolver é pornográfica", acusa a bonita atriz na mesma entrevista.
Indignada, Dalila Carmo, cuja última novela foi 'Na Corda Bamba', em 2019, conta ainda dois episódios para reforçar as suas convicções: "Há pessoas que me entregam fotografias ou dizem que a filha quer ser atriz e pedem-me cunhas. Sinto-me um bocadinho insultada... Há muita batota no nosso meio. Há muitas pessoas que acham que para ter sucesso no audiovisual têm de ter uma cara bonita e trabalham em função disso. Nunca vão largar o espelho. Cada vez mais estamos a construir de fora para dentro e não de dentro para fora. Está tudo trocado!"