O antigo presidente francês Nicolas Sarkozy, de 69 anos de idade, foi mesmo condenado a um ano de prisão com pulseira eletrónica e deverá ficar fechado em casa com a mulher, a cantora Carla Bruni, durante esse período. A decisão do Supremo Tribunal de Justiça francês é histórica pois nunca antes um ex-presidente da República tinha sido condenado a uma pena efetiva no país.
Nicolas Sarkozy foi condenado esta quarta-feira, dia 18, a um ano de prisão com recurso a pulseira eletrónica, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter rejeitado o recurso apresentado pela sua defesa. Sarkozy foi condenado pelos crimes de corrupção e tráfico de influências no caso que ficou conhecido pelo nome de código Bismuth, tendo-lhe sido aplicada uma pena de prisão de três anos, dois imediatamente suspensos e um obrigatoriamente em casa e com pulseira eletrónica.
O antigo presidente francês, que foi sucedido por Emmanuel Macron, vai ser agora chamado a comparecer perante um juiz de execução de penas, de forma a determinar os termos e as condições do uso da pulseira eletrónica.
Patrice Spinosi, advogado de Sarkozy garante que o cliente vai mesmo cumprir a pena, "uma sanção pronunciada que agora é definitiva", aceita, apesar de avisar que o ex-líder francês vai "aproveitar o Tribunal Europeu" dos Direitos Humanos nas próximas semanas "para obter a garantia dos direitos que os juízes franceses lhe negaram". O recurso não impede, contudo, a execução da sentença, que entra já em vigor.
Esta condenação surge a poucos dias antes da abertura de um outro processo contra Sarkozy, desta vez relacionado com o financiamento ilícito da sua campanha presidencial de 2007. O caso deverá ser aberto no início de janeiro do próximo ano, mas o facto de correr termos não interfere com o facto de apenas com esta primeira condenação para Sarkozy ter ficado impedido de se candidatar a cargos públicos durante três anos.
