Ljubomir Stanisic, de 46 anos de idade, foi identificado pelo tribunal como sendo um dos 27 arguidos no processo 'Dupla Face', um caso que envolve tráfico de droga e corrupção ativa envolvendo civis e agentes das forças de segurança. O famoso cozinheiro de origem jugoslava alega em sua defesa nada ter a ver com o assunto e reclama inocência: "Não faço parte do processo, mas conheço os factos."
Apesar de se dizer inocente neste processo, o conhecido chef foi apanhado numa escuta telefónica a um agente da PSP que estava a ser investigado por alegada participação em rede de tráfico de droga. Stanisic está a ser acusado de subornar um agente durante o Estado de Emergência devido à Covid-19, agente esse irmão de um amigo seu de Grândola, que o terá ajudado a furar um cordão sanitário para que fosse passar a Páscoa ao seu monte na Costa Vicentina.
O chef Ljubomir foi um dos 27 arguidos a serem identificados no início do julgamento do processo 'Dupla Face' que na última semana teve início no Tribunal Central Criminal do Campus da Justiça, em Lisboa. O processo está relacionado com uma suposta rede de tráfico de droga que envolve, alegadamente, dois agentes da PSP. A estrela dos programas "Pesadelo na Cozinha" e "Hell’s Kitchen" foi apanhada numa escuta a um desses polícias, Nuno Marino, irmão de João Marino, amigo de Ljubomir na cidade alentejana e dono do restaurante Villa Mariscos.
Em abril de 2020, altura em que o país estava em Estado de Emergência, com grandes restrições à circulação, Ljubomir Stanisic terá, alegadamente, recorrido ao agente Nuno Marino para furar uma operação STOP, na ponte 25 de Abril. A motivação: Stanisic queria passar a Páscoa em Grândola, local onde tem uma casa. O agente terá escoltado o cozinheiro, ajudando-o, e à família, a passar a ponte. "Um favor" que o Ministério Público acredita ter sido pago com duas garrafas de rum ou de conhaque.
Estes factos levaram o Ministério Público a acusar Stanisic de corrupção ativa e desobediência por, alegadamente, ter desrespeitado o impedimento policial. Estas acusações foram ainda assim integradas no caso que, supostamente, liga dois agentes da PSP – um deles, o referido Nuno Marino – a esta rede de tráfico de droga que usava restaurantes na baixa de Lisboa para guardar estupefacientes.
Depois de em 2021 ter sido despronunciado pelo juiz de intrução Ivo Rosa dos crimes de suposto envolvimento num rede de tráfico de droga, Ljubomir acaba por continuar envolvido no processo por alegada corrupção. Na primeira sessão do julgamento, o chef não quis prestar declarações, aconselhado pelo advogado e por isso foi dispensado da sessão da tarde.
