
Mario Vargas Llosa faleceu no último domingo, dia 13, aos 89 anos, deixando um vazio no panorama cultural e entre aqueles que mais o amavam. As causas da sua morte não foram avançadas pelos filhos, que deram a triste notícia do falecimento, no entanto o jornal 'El Pais' revela agora que o famoso escritor sabia que estava doente e que o que o afetava não tinha cura.
De acordo com a publicação, foi há cerca de cinco anos que Vargas Llosa foi diagnosticado com uma doença rara e incurável. Ao ter sido colocado a par do duro diagnóstico, acabou por viver estes últimos anos num sofrimento silencioso, uma vez que poucos eram aqueles que sabiam que o Prémio Nóbel estava doente.
Foi, aliás, através das palavras que acabaria por partilhar a sua enfermidade com os três filhos, numa carta sentida em que lhes revelou aquilo que se passava.
Desde essa altura, decidiu viver de acordo com aquilo que o seu coração mandava. Deixou Espanha, terminado o romance com Isabel Preysler, e regressou a Lima no Perú para junto dos filhos e de Patricia Llosa, a ex-mulher, que há quem diga que nunca deixou de amar. Foi junto à família e na sua terra natal que Llosa quis estar, num tempo em que nunca deixou de escrever, publicando ainda, no ano passado, um último livro.
Segundo o 'El Pais', uma das suas últimas vontades foi visitar os bairros peruanos mais emblemáticos e que serviram de cenário a muitas das suas histórias, revisitando, assim, de alguma forma, os romances que marcaram a sua vida.
No passado mês de março tinha celebrado o seu 89º aniversário num momento especial partilhado pela família, que agora se enluta e chora a sua perda.