
Um ícone das balizas, que marcou as décadas de 80 e 90 do futebol nacional, Adelino Barros, conhecido como Neno, faleceu aos 59 anos esta quinta-feira, vítima de doença súbita. A morte deu-se em Guimarães, cidade onde representou o Vitória local, primeiro nos relvados e depois em vários cargos técnicos ou institucionais, tendo passado também na sua carreira por Benfica, Barreirense e Vitória de Setúbal.
No comunicado lançado pelo emblema vimaranense, o guarda-redes que representou por 9 vezes a seleção portuguesa é descrito como "carismático, afável e sempre disponível", assinalando que "Neno não foi apenas uma figura do Vitória, mas um ícone da cidade, conhecido de todos e que para todos tinha um gesto amigo e um sorriso verdadeiro." Já o Benfica destaca os três campeonatos, três taças e supertaça conquistadas pelo natural de Cabo Verde de águia ao peito e remata: "A memória de Neno estará sempre entre nós."
Fora das quatro linhas, destacava-se pelo seu amor pela música, o que lhe valeu a alcunha de ‘Julio Iglesias português’, artista que, aliás, imitou no programa da TVI, ‘A Tua Cara Não me é Estranha’, tendo atuado ao lado dele numa das visitas do cantor romântico aos palcos portugueses: "Entro e cantámos os dois. Foi uma noite memorável. Eu encontro pessoas na rua que ainda me falam disso. Cantámos essa música, eu e ele, e depois ele chama o António Sala e cantámos os três uma música que nem ensaiámos. Foi magnífico", contou Neno à Tribuna Expresso em 2020.
O humorista Rui Unas foi uma das personalidades que já reagiu: "Profundamente triste, maus amigos. Terça-feira troquei mensagens com ele aqui no Instagram. Convidei-o para vir ao ‘Maluco Beleza’ e ele aceitou prontamente… e hoje, acontece isto. Os meus mais profundos pêsames à família", afirmou o comediante. Deixa-nos assim uma figura incontornável do desporto português com um legado profissional e pessoal superlativo.