Na memória de todos ainda estão bem frescas as declarações do rei emérito, Juan Carlos, que no livro que lançou recentemente, não poupou críticas a Letizia.
Sobre a nora, Juan Carlos admite que sempre teve um ascendente forte na vida de Felipe e que as mudanças começaram logo no início da relação, com este a afastar-se "não só dos pais e das próprias irmãs" como também de alguns amigos de infância.
Apesar das divergências, Juan Carlos tinha esperança que, com o passar dos anos, pudesse haver uma maior harmonia na família, algo que, admite, nunca aconteceu e que o rei fazia para que não fosse notório nos compromissos públicos em que tinham de estar juntos. "O sucesso deles enquanto casal era uma garantia para o futuro da Coroa."
A maior dor, afirma agora Juan Carlos, prende-se com o facto de a má relação com Letizia ter interferido na convivência com as netas, Sofia e Leonor, que o rei emérito afiança que, apesar de afetuosa, nunca foi cúmplice, à semelhança do que acontecia com os seus outros netos. “Elas são muito elegantes e afetuosas, mas entristecia-me não poder estabelecer um relacionamento mais pessoal com elas, contar histórias, partilhar refeições em restaurantes, viajar com elas, levá-las a assistir a jogos, como fazia com os meus outros netos."
No livro, Juan Carlos elogia a forma como o filho e a nora educaram as filhas, mas diz que sempre lhes faltou esse contacto próximo com a família, algo que não era apenas dirigido a si, mas também à mulher, a rainha Sofia. "A minha mulher nunca pôde recebê-las sozinha em Palma, como costuma fazer com todos os seus primos. Ela via as netas ocasionalmente, mas adoraria tê-las visto com mais frequência, especialmente porque moram a apenas cem metros de distância. Queria transmitir-lhes a nossa genealogia, história e valores familiares. E alguns conselhos de uma ex-rainha com um histórico impecável para uma futura rainha", disse, acusando Letizia de não se esforçar por contrariar a sua natureza e de ter tentado criar pontes entre a família, ao contrário do que ele próprio afirma ter feito. “Sempre fui um lobo solitário (foi assim que fui criado), mas cumpri o meu papel de homem de família de coração: reunia os meus filhos com a avó para o almoço de domingo, as minhas irmãs e as suas famílias para o Natal, e sempre estive disponível para meus primos, sobrinhos e sobrinhas, e meus muitos afilhados.”
Depois de todas estas polémicas, este sábado o rei emérito voltou a estar frente a frente com a nora e o filho no El Prado, num almoço em que se celebrou os 50 anos da instauração da democracia. É um momento que não acontece há anos e sobre o qual recaem todas as dúvidas? Haverá uma fotografia oficial a marcar o momento? Letizia cumprimentou ou evitou o sogro? E como foi o reencontro entre avô e netas. Para já, ainda só há imagens da família a chegar em separado ao El Prado com sorrisos, forçados ou verdadeiros, a marcarem a passagem pelos fotógrafos.