Manuela Moura Guedes já foi um dos rostos mais proeminentes da televisão em Portugal, mas a sua saída dos ecrãs viria a deixar marcas profundas na vida da antiga jornalista, que consegue estabelecer um antes e um depois desse momento e, acima de tudo, assinalar essa a data em que começou a lutar contra uma depressão, que se instalaria na sua vida até aos dias de hoje.
"Coincidiu com um episodio muito marcante que foi acabar a minha carreira profissional, há mais de 15 anos. Continuo a tomar antidepressivos, às vezes a aumentá-los, a tentar tirá-los e eu não consigo", contou a mulher de José Eduardo Moniz numa conversa com Júlia Pinheiro no podcast 'Menos Pausa' em que o pretexto era abordar os efeitos na Menopausa, mas que acabou por ser muito mais sobre a depressão que a jornalista enfrenta há vários.
"Segundo os médicos, eu sofri um trauma do qual eu não consigo passar, daí eu tomar antidepressivos."
Manuela Moura Guedes diz que, paralelamente, a sua saúde lhe tem pregado vários sustos e que da última vez que se encontrou com Júlia Pinheiro publicamente estava com tonturas e vómitos, algo que passou a ser frequente e preocupou toda a família, em especial o marido, José Eduardo Moniz.
"Quando tive a primeira crise de tonturas e vómitos, o meu marido quando me viu pensava que eu estava a ter um AVC, tive várias crises seguidas, fui estudada dos pes a cabeça, não sabem muito bem o que é que é, tive uma surdez súbita... Fiz exames a tudo, tinha muitas enxaquecas durante aquele período, foi uma luta..."
A antiga jornalista conta que chegou a ter algumas crises na rua, em transeuntes se ofereceram para chamar uma ambulância.
"Gheguei a ter aquelas crises na Baixa, cheguei a vomitar, as pessoas viam-me e perguntavam-me se queria chamar a ambulância. É horrível porque eu nao quero que as pessoas falem comigo, quero que me deixem quietinha, mas as pessoas tocam, é horrivel", lamentou.
O estado de depressão aliado à própria personalidade de Manuela Moura Guedes fazem com que, hoje, a jornalista assuma que se feche muito no seu 'próprio casulo', vivendo praticamente alheada do mundo.
"Eu vivo assim há quase 20 anos, eu não saio de casa quase, o mundo para mim é uma coisa um bocado hostil."
