
Henrique Gouveia e Melo confirmou, recentemente, que vai mesmo ser candidato a Belém e com o novo ciclo político abriu-se portas a uma maior curiosidade em relação à sua vida pessoal do almirante, o que foi pretexto para a SIC voltar a exibir a conversa que este teve com Daniel Oliveira, no programa 'Alta Definição', em 2021 na qual o homem que liderou a task force da vacinação na pandemia de Covid-19 recordou esses tempos em que foi elevado a herói, mas que também o afastaram dos filhos, numa fase em que o país estava confinado.
"Estive muito pouco com os meus filhos. O meu filho mais velho é médico e também fez parte desse processo. A vida deu-nos a oportunidade de combater na mesma guerra, o meu filho disse-me essa frase e marcou-me. Ele é uma pessoa muito importante para mim. Fiquei muito orgulhoso dele, gostei de o ver e acho que ele cresceu com a pandemia", elogiou, mostrando o orgulho que tem nos dois filhos, fruto do primeiro casamento com a psicóloga
"Tenho dois filhos, um engenheiro informático, tenho a sorte de ter dois filhos que não me dão preocupações".
Apesar dos muitos tempos que passou em missão, no submarino, Gouveia e Melo considera que sempre foi um pai presente na vida dos filhos, numa relação umbilical não isenta de sustos. Em conversa, o almirante recordou o dia em que o filho mais velho nasceu, de forma prematura, aos sete meses de gestação e da incerteza que e dor que sentiu. "O meu primeiro filho nasceu prematuro, com sete meses O médico disse-me: 'o seu filho pode morrer já, está ali na incubadora, vamos ver se o salvamos'. A primeira vez que o vejo ele cabia quase na minha mão", disse, sem esquecer o medo que sentiu nesse dia.
Outro dos episódios particularmente marcantes da sua vida foi a morte do pai. Gouveia e Melo tinha apenas 21 anos e viu o progenitor perder a vida no dia do seu aniversário, um momento de muita dor e que hoje faz com que encare esse dia com sentimentos dúbios.
"O meu pai morreu no dia em que eu fiz 21 anos. E acho que ele morreu mesmo naquele dia para me passar o testemunho. Ele sofreu muito, teve um cancro", conta, recordando que na altura pediu dispensa das suas funções militares para passar o aniversário ao lado do pai. "Estava com ele nesse dia. Era cadete e pedi dois dias de dispensa para estar com ele. Ainda hoje, festejo o meu aniversário muito ligeiramente".
De lágrimas nos olhos, Gouveia e Melo, que se candidata à presidência da República desmistificou a ideia que muitos têm de si devido ao fato de militar que durante tanto tempo envergou.
"Não tenho nada a visão de um militar austero. emociono-me e choro", fez saber.