
O romance com Cristina Castanheta há muito que era uma realidade, mas ainda assim havia sempre algo a ensombrar a história de amor entre o Almirante Henrique Gouveia e Melo, de 64 anos, e a mulher, que tem uma longa carreira política e diplomática, e que roubou o coração do antigo chefe do Estado-Maior da Armada há vários anos. É que, apesar do amor que os une, Henrique Gouveia e Melo mantinha-se casado no papel com a mãe dos filhos, a psicóloga Carol Costeloe, com quem tinha trocado alianças na década de 80.
Apesar de já não viverem debaixo do mesmo tecto há vários anos, o divórcio continuava sem ser rubricado, algo que só aconteceu no passado mês de março, conforme noticiou a revista 'Vidas'. A mudança no estado civil, há muito adiada, pode na verdade ter a ver com candidatura a Belém e com o facto de Gouveia e Melo pretender começar a nova fase da sua vida com tudo em dia e os assuntos que estavam pendentes resolvidos. E esta era, na verdade, uma das questões pendentes.
Tratava-se, claro está, de uma mera formalidade, uma vez que o antigo Chefe do Estado-Maior da Armada Portuguesa há muito que não vivia maritalmente com a primeira mulher e mãe dos filhos, a psicóloga, Carol Costeloe, com quem trocou juras de amor eterno em Cascais, em 1986. No entanto, não deixava de ser algo que ensombrava a sua nova história de amor com Cristina.
No entanto, os dois nunca se coibiram de partilhar o seu amor publicamente e, ao longo dos últimos anos, foram vários os atos públicos em que o almirante – que se tornou particularmente conhecido por comandar a task force da vacinação durante a Covid-19 – apareceu lado a lado com Cristina Castanheta.
A 27 de dezembro de 2021, ao tomar posse como novo chefe do Estado-Maior da Armada Portuguesa, fez questão de ter a namorada e um dos filhos ao seu lado, na cerimónia que decorreu no Palácio de Belém, e contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Cristina Castanheta licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, pela Universidade Nova de Lisboa, e teve entrada direta, em 1994, na carreira diplomática, onde foi adida de embaixada, depois secretária de embaixada, até ser chamada a assumir responsabilidades na área da Defesa e da Segurança Nacional em janeiro de 2004, tendo passado, durante o primeiro Governo de José Sócrates a chefiar a Divisão na Direção de Serviços das Organizações Económicas Internacionais da Direção-Geral dos Assuntos Multilaterais.
Depois dessa última nomeação, a carreira de Maria Cristina Xavier Castanheta foi sempre a subir: passa pelos Assuntos do Mar e do Ambiente, pela área das Organizações Económicas Internacionais e em 2010 está colocada na embaixada portuguesa em Londres, como Conselheira de Negócios.
A chegada de António Costa ao poder, em finais de 2015, faz com que Maria Cristina Xavier Castanheta, sempre próxima da família socialista, regresse a Portugal e assuma funções como Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Defesa Nacional.
Sendo quadro interno do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Cristina é requisitada pelo ministro Augusto Santos Silva, o braço direito do primeiro-ministro António Costa e um homem que conhece como poucos a máquina e os bastidores do PS, para trabalhar no seu gabinete. Em janeiro de 2020, a seu pedido, a diplomata pede a exoneração do cargo e deixa o Governo. Mês e meio depois estoira a pandemia da Covid-19 em Portugal, em que Gouveia e Melo assume um papel de destaque.
O relacionamento entre os dois sempre foi discreto, mas a verdade é que o divórcio de Carol Costeloe nesta fase pode ter muitas leituras, e sugere também que Gouveia e Melo queira, à semelhança dos vários candidatos à Presidência, mostrar uma fotografia mais humanizada da sua vida, falar sobre o romance e, quem sabe, envolver a companheira nos afazeres de primeira-dama, caso chegue a Belém.
Discreto e reservado, até aqui Gouveia e Melo deixaria sempre de lado os assuntos mais pessoais e os pormenores da sua história de amor, que agora podem conhecer a luz do dia, com uma série de entrevistas de cariz mais pessoal que é expectável que o almirante dê durante a sua corrida a Belém.