
Roberto Martínez foi o homem responsável por levar, recentemente, Portugal à vitória na Liga das Nações. Discreto, gosta de atribuir o mérito aos jogadores, ainda que, com o tempo, se tenha tornado parte da família nacional, o que leva a uma curiosidade cada vez maior sobre a vida do técnico, de 51 anos.
Nascido em Espanha, diz que é muito Ibérico, mas curiosamente acabaria por se apaixonar precisamente pelo oposto: Beth, uma escocesa, muito racional, que conheceu em 2009, e lhe arrebatou o coração até aos dias de hoje. "A minha esposa é o treinador em casa, ela faz-me mudar de opinião. Chego a casa, ela organiza tudo, o tempo em casa com as meninas... Ela tem uma visão diferente da minha. Ela é escocesa, eu sou muito ibérico, temos uma diferença de opiniões, o que no meu entender é muito saudável", disse em entrevista ao 'Alta Definição', da SIC, acrescentando que, durante muito tempo, não foi o pai que gostaria para as filhas, devido aos ritmos do futebol.
"Todos os trabalhos têm um preço a pagar. O equilíbrio profissional e o tempo na família, todos temos o mesmo problema. O importante é que quando estamos na família, estejamos intensamente na família, que o pensamento não esteja no escritório”, disse, admitindo ter acompanhado muito pouco os primeiros dois anos da filha mais velha, com a mulher a colmatar as ausências de forma impressionante. "A Beth tem tudo, posso falar com ela sobre tudo. Pode ser a minha melhor amiga, a minha professora, ela faz-me feliz."
Pai de duas raparigas, Luella, de 11 anos, e Safiana, de cinco, o treinador admite que a família não podia estar mais feliz e adaptada à vida em Portugal.
“A minha esposa e as minhas filhas adoram Portugal, a vida em Portugal, a escola, o dia-a-dia é de muita felicidade. Para mim é muito mais fácil”.