
Hoje à tarde, sexta-feira, dia 6 de outubro, na véspera do casamento da infanta Maria Francisca de Bragança, de 26 anos, duquesa de Coimbra e segunda filha de Dom Duarte Pio de Bragança e de Dona Isabel de Herédia, com o advogado Duarte Sousa Araújo Martins, de 32, haverá um arraial para a juventude em Mafra, onde não faltará porco no espeto, um petisco especial, que está na origem do dia em que o casal se conheceu numa festa, numa quinta em Azeitão, e Duarte se enamorou da bela infanta.
Todo o serviço de catering estará a cargo do chef Hélio Loureiro, um amigo da família real portuguesa desde os tempos em que Dom Duarte ainda era um homem solteiro, e que entretanto foi responsável pelo jantar de apresentação do infante D. Afonso (o filho mais velho dos duques de Bragança), como príncipe da Beira, em Santar, Nelas, e pelo menu do batizado do infante D. Dinis, na cidade do Porto.
A escolha para o copo d'água da infanta Maria Francisca tinha inevitavelmente que recair sobre o conhecido gastrónomo e investigador culinário que já foi chefe de cozinha do FC Porto e convidado para alimentar a Seleção Portuguesa de Futebol no campeonato europeu que se realizou em 1996, em Inglaterra.
O chef Hélio Loureiro fará dois bolos de noiva gigante, servirá porco no espeto, vitela Barrosã, acondicionará as ostras que já vieram da ria de Aveiro, pastéis de bacalhau, haverá uma carrinha de gelados e não faltarão os icónicos pastéis de nata portugueses, que eram a maior preocupação de Dona Isabel de Herédia, sabendo de antemão que vão chegar a Mafra, onde se realizam as festividades e a Sintra, onde decorrerão as cerimónias mais privadas.
Só que os convidados deste arraial não vão ficar a seco, como manda, e bem, a tradição. E a FLASH! anuncia quais são os néctares que acompanharão a boda real. Fizemos mais do que isso, falámos com Mariana Roque do Vale, a mentora da Casa Clara, em Pias, Serpa, que nos revela todos os segredos por detrás da escolha dos vinhos que vão alegrar a festa. E acreditem que são bem interessantes.
"Somos amigos dos noivos, da Francisca e do Duarte, e, na altura, eles falaram connosco e perguntaram se podíamos fornecer-lhes os vinhos do casamento. Perguntámos-lhes se queriam fazer um rótulo especial, disseram que sim. Fizemos uma edição especial de 300 garrafas de branco e 300 do tinto, com um rótulo especial, com o brasão das armas dos duques de Coimbra", relata Mariana Roque do Vale, que trabalhou afincadamente com a enóloga Joana Pinhão na elaboração dos vinhos que serão servidos no arraial, no cocktail e à mesa da boda dos Duques de Coimbra estes dias 6 e 7 de outubro.
Segundo a produtora de néctares alentejanos da mãe de todas as regiões vitivinícolas alentejanas (Pias), no casamento da filha do 'rei' será servido "um branco que é um 'Ermo' Arinto e o tinto é um 'Ermo' blend (combinação de várias castas, entre as quais, Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon)", revela, acrescentando um detalhe engraçado: "Quando escolheram os vinhos, os noivos não sabiam ainda os detalhes dos pratos que iam escolher para o copo de água. Tínhamos uma ideia, mas não tínhamos os detalhes todos. O casal gosta muito dos nossos vinhos, do perfil dos nossos vinhos. Os nossos vinhos são muito versáteis e muito fáceis de ser harmonizados com qualquer tipo de prato".
Mesmo sem os pratos da ementa estarem fechados, o casal, a amiga Mariana Roque do Vale e a sua equipa começou, há cerca de 9 meses, a prepara os vinhos. "Fizemos um branco monocasta e no blend juntámos castas de que eles gostavam muito e fizemos esta edição especial para eles. Eles fizeram uma prova, não do lote final, porque a Francisca disse que queria muito ser surpreendida no casamento. Lançámos-lhe então o desafio de ela não provar o lote final, mas fizeram uma prova connosco e estavam completamente confiantes de que iriam gostar do resultado final", acredita a produtora.
A confiança na vida, como nos vinhos, é fundamental, e no caso de Maria Francisca, Duarte e Mariana é sagrada… e segura. "A amizade mais antiga vem pelo Duarte, que já conhecíamos. Começámos a privar com a Maria Francisca mais recentemente, desde que ela namora com ele", conta, revelando que todo o processo foi muito simples, em especial por ter sido tratado entre pessoas amigas: "Eles pediram-nos para colocar o brasão com as armas dos duques de Coimbra, a nossa designer Catarina Carreiras desenhou o rótulo e ficou tudo tratado".
Apesar de estar em São Paulo, no Brasil, na maior mostra de sempre de vinhos portugueses naquele país irmão, Mariana Roque do Vale garante que este sábado, às 8 da manhã, aterra em Lisboa e não faltará ao enlace dos amigos na basílica do Convento de Mafra.
Além da amizade, a produtora vitivinícola entende que a visibilidade desta cerimónia, com 1200 convidados de muitas partes do mundo, é uma boa oportunidade para divulgar a sua marca. "Para a Casa Clara é uma promoção boa, mas acima de tudo é um orgulho podermos fazer parte deste casamento. Sabendo o cuidado que tiveram com toda a preparação dos produtos tradicionais portugueses, ainda nos orgulha mais a oferta que lhes fazemos. Eles quiseram mostrar o que Portugal tem de melhor e para nós, mais do que podermos levar também para esta festa a Casa Clara, é também podermos levar os vinhos portugueses, neste caso a região do Alentejo, sabendo que estão tantos convidados estrangeiros. No nosso caso será levar o Alentejo mais longe", remata.
Além dos vinhos ‘Ermo’ da Casa Clara, no copo d'água será servido espumante da Casa Messias, da região da Bairrada, um dos ancestrais fornecedores da Casa Real Portuguesa, que também marcaram presença no casamento, em 1995, de Dom Duarte Pio de Bragança com Dona Isabel de Herédia, e será ainda servido aos convidados um Moscatel roxo de Setúbal, da Casa José Maria da Fonseca, elaborado pelo reputado enólogo Domingos Soares Franco.