Sem dominar a língua, sem conhecer o país e sem amigos em Espanha. Foi assim que a rainha Sofia entrou no Palácio da Zarzuela, em Madrid, quando casou com o príncipe herdeiro do trono espanhol. Muitos anos depois, pouca coisa mudou para a mãe de Felipe VI. A atual rainha emérita continua sem dominar o castelhano e a não ter muitos amigos no país vizinho.
Mas recuemos ao passado quando a grega sofreu com a perda do seu maior aliado dentro do palácio. Falamos do chefe da Casa Real de então, Sabino Fernández Campo, que foi despedido em 1993 por Juan Carlos. A sua saída, por imposição do rei, destroçou Sofia. Chorou como se de uma morte se tratasse.
Foi com ele que a rainha tantas vezes desabafou, pois ele estava a par de tudo o que acontecia dentro da Zarzuela [e também fora dela]. Sabia das muitas amantes de Juan Carlos e de todas as suas aventuras sentimentais. Junto dele, Sofia não precisava de fingir que mantinha um casamento feliz. Nas suas conversas com Sabino Fernández Campo, a rainha podia dar largas ao seu sofrimento silencioso.
O chefe da Casa Real foi um amigo sincero e leal de Sofia. Nunca lhe contou toda a verdade e poupou-a a muitos desgostos calando a atribulada vida sentimental do rei. Cabia também a ele calar as amantes do rei com chorudos cheques e tentar impedir a imprensa de não publicar nenhuma das histórias escabrosas que todos conheciam.
O despedimento deu-se quando Juan Carlos perdeu a confiança em Sabino, pois ele era o único que lhe fazia frente e tinha a ousadia de lhe dizer as verdades. O caso do rei com Marta Gayá foi o assunto que levou à rutura definitivamente com o chefe da Casa Real. Segundo o confessor de então da família real, o padre Bartolomé Vicens i Fiol, Juan Carlos virou-se para a mulher e disse: "Sofi, Sabino vai deixar-nos. E a culpa é tua."
