Foi preciso chegar aos 79 anos de idade para que a atriz e guru do bem-estar Jane Fonda assumisse que foi vítima de violação em criança. Garante que esses episódios lhe causaram transtornos sociais na idade adulta, ao ponto de ter sido despedida por ter reagido, de forma brusca, quando um chefe lhe tocou e ela entendeu o gesto como assédio sexual.
"Sempre pensei que a culpa era minha e demorou 60 anos até eu perceber que afinal não era", revelou, emocionada, numa entrevista à revista de moda online 'The Edit'. A ex-modelo, ativista feminina e guru do exercício físico e dos tratamentos anti velhice assumiu também que a sua família estava a par de toda a situação.
Catapultada para a fama mundial por ter interpretado, em 1968, a ousada e quase pornográfica personagem 'Barbarela', no filme homónimo sobre uma jovem e 'sexy' heróina galática, Jane Fonda, filha do reconhedido ator Henry Fonda, confessou que os abusos sexuais a levaram a se converter numa acérrima "feminista e defensora dos direitos da mulher".
"Aderir ao movimento feminista fez-me perceber que não era culpada por ter sido violada em criança e na juventude. Quando era jovem não sabia defender-me. Agora aprendi que o único poder que tenho na minha carreira é o uso da palavra ‘não’", adiantou Fonda, revelando, contudo, à mesma revista de moda norte-americana, como foram as experiências físicas com os amores da sua vida: "Os homens que passaram pela minha vida foram maravilhosos, mas nunca renunciei ao que desejava para lhes agradar", alegou.
A atriz só assumiu agora ter sofrido violações em criança, mas, já em 2004, tinha revelado que a mãe, a socialite canadiana Frances Ford Seymour – que se suicidou, aos 42 anos, em 1950, quando estava internada num sanatório em Nova Iorque –, também tinha sido violada em tenra idade.
