
Álvaro de Orleans-Borbón, o empresário e primo distante do rei emérito de Espanha, Juan Carlos, revelou ter pago durante 11 anos voos privados em que o monarco encontrava-se com a amante Corinna.
"Paguei muitos voos privados ao rei emérito, mas não sou um testa-de-ferro", explicou o empresário em entrevista ao 'El País' depois de ver o seu nome envolvido num escândalo financeiro, uma investigação que entretanto foi arquivada.
Álvaro contava como tinha conhecido o rei num evento da companhia aérea real nos anos 1990 e logo perceberam que partilhavam do mesmo gosto pela aviação. Um dia Juan Carlos pediu-lhe conselhos sobre uma companhia que fizesse voos privados e o empresário tratou de tudo para o rei.
A partir dali pagou viagens durante 11 anos a Juan Carlos.
O criador da Fundação Zagatka admitiu ter conhecimento que Corinna também estava presente durante os voos privados. "Imagino que seria para não aparecer nas listas de voos oficiais e comerciais. Penso que queria voar com discrição, por uma questão de privacidade e de proteção da sua intimidade. Interpretei assim", comentou.
Foi o próprio Juan Carlos quem colocou um fim nas ofertas das viagens. "Um dia o rei disse-me: 'Já pagaste muitas coisas'. Fi-lo porque considerei que estava a cumprir a tradição familiar, nada mais. Não há mais segredos".
O 'affair' de Corinna zu Sayn-Wittgenstein com o rei emérito de Espanha terá começado em 2004 e durou 10 anos. O assunto veio a público em 2013, quando Juan Carlos fraturou a anca durante um safari no Botswana, na companhia de Corinna.
O assunto, que era tratado em surdina, foi manchete em Espanha e teve eco mundial. O rei acabou por abdicar do trono no ano seguinte.