
Não terá sido fácil para Gabriela Duarte ver a sua mãe a ser atacada pelas suas posições políticas enquanto apoiante de Jair Bolsonaro e depois de aceitar ser secretária da Cultura (entretanto, a atriz foi demitida esta quarta-feira, 20 de maio, do cargo).
As críticas vieram sobretudo de colegas e de amigos de Gabriela, também ela atriz. Agora, vem fazer um longo desabafo na sua conta de Instagram mostrando nas entrelinhas que não comunga das mesmas ideias políticas da mãe.
"Um artista pode posicionar-se politicamente se quiser. Existem os que fazem isso e têm suas razões. Essa, porém, nunca foi uma escolha minha. A profissão que escolhi ja é bastante política em vários aspectos", começou por dizer a filha de Regina Duarte.
"Isso, no entanto, não faz com que deixe de posicionar-me, mas faço-o como uma cidadã normal. Voto e exerço meu direito de escolher pessoas que acho mais adequadas a representar-me, mas não trago isso para minha vida pública. Divido meus pensamentos e opiniões nessa área com pessoas que me são próximas. Não tenho necessidade de mais do que isso, nem me sinto no direito de influenciar politicamente quem quer que seja. São escolhas, e escolhas são individuais. Cada um tem a liberdade de pensar de forma própria", justifica Gabriela Duarte sem numa referir o nome da própria mãe.
Mas pormenoriza: "E isso diz respeito a relações familiares também. Somos o que escolhemos ser e batalhamos por isso. Quando crianças, seguimos o exemplo daqueles que estão muito próximos a nós: os pais, os avós, irmãos, professores da escola… Aos poucos esse universo se amplia e nossas referências também".
E é aqui que se demarca da progenitora: "Começamos então a formar nosso próprio corpo ideológico e percebemos que não precisamos mais seguir os modelos da infância e adolescência. Amadurecer, entre tantas coisas, é isso".Contudo há um aspeto que faz questão de vincar e que se prende com as relações familiares: "Tudo isso não quer dizer que não possa mais haver afeto, amor, gratidão e respeito por aqueles que nos criaram. Pelo contrário. Devem ser apreciados e honrados todos os dias. Mas entender que uma familia não precisa necessariamente funcionar como um bloco, com pensamentos em uníssono sempre, é fundamental".
Conclui Gabriela Duarte: "Meus filhos têm sido criados também dessa forma. Para que sejam livres e possam formar seus próprios pensamentos. O fato de serem meus filhos não os obriga a serem como eu. Quero que eles sejam melhores! Escolhas são individuais, que fique claro"