Juan Carlos, o rei emérito de Espanha, continua a não ter paz. As investigações sobre suposta fraude fiscal, corrupção internacional e branqueamento de capitais, mantêm-se e muito difícilmente serão arquivadas, especialmente as que decorrem na Suíça. Além disso, e apesar de se manter exilado nos Emirados Árabes Unidos, o seu nome continua a ser alvo de notícias e a ser matéria de livros.
Agora, chega às livrarias uma nova obra que aborda mais um escândalo relacionado com o rei de então e mais um dos seus casos extra-conjugais mais badalados, com Barbara Rey. 'O chefe dos espiões' recupera o arquivo secreto de Emilio Manglano, conselheiro do rei e diretor do CESID (serviços secretos) durante 14 anos.
Diz-se que Manglano era um dos homens mais bem informados de Espanha. Não havia nada que não soubesse, até das infidelidades de Juan Carlos. Como teve acesso às chantagens que Bárbara Rey fez ao seu amante. A mulher tinha na sua posse várias cassetes gravadas em sua em casa em que se via o rei na cama como a chantagista.
Através deste livro fica-se a saber agora quanto foi desembolsado para calar a amante do rei. A primeira quantia foi o equivalente a 150 mil euros na época: "Dei 25 milhões de pesetas a Bárbara Rey. Ainda tenho que lhe dar mais. Temos que tratar do seu contrato com a TVE. O acordo tem o Ok do chefe de Estado e do presidente do Governo, Felipe González", revelou Manglano.
A amante recebe um programa na estação pública de televisão e uns emissários de Mario Conde e Javier de la Rosa, amigos íntimos de Juan Carlos, oferecem-lhe 24 milhões de euros: "4 mil milhões de pesetas e residência no estrangeiro".
Houve um último acordo com Bárbara Rey: "100 milhões de pesetas à cabeça e 50 milhões por ano em quantias mensais durante 10 anos. O pagamento era feito através do CESID". Contas feitas foi um total de 600 milhões de pesetas em 1997, ou seja, 3,6 milhões de euros.
