
A candidata de extrema direita francesa, que defende reinstauração da pena de morte e quer fechar as fronteiras de França, nunca foi uma criança normal. A própria o reconhece.
Marine, que este domingo perdeu as eleições contra Emmanuel Macron, tinha somente 8 anos de idade quando sobreviveu a um ataque bombista que tinha como alvo o pai, Jean-Marie Le Pen, também ele de extrema direita. Os atacantes preparam a detonação de 20 quilos de explosivos à porta do prédio onde a família residia, no 15º bairro, em Paris.
12 APARTAMENTOS DESTRUÍDOS
Os Le Pen não morreram mas o ataque provocou a destruição de 12 apartamentos. Marine Le Pen confidencia que desde a noite de 2 de novembro de 1976 nunca mais foi a mesma. "A partir do momento que acordei com o rebentamento nunca mais fui uma criança como as outras".
Marine é a mais nova das três filhas do antigo líder da Frente Nacional, partido agora dirigido pela candidata à presidência francesa. Não seria a mais natural sucessora do pai mas acabou por ser a maior herdeira da sua ferocidade nacionalista. Defende a pena de morte, a criminalização do aborto, o encerramento das fronteiras e a saída da França da União Europeia, entre outros dogmas próprios do partido.
GOZADA NO LICEU POR CAUSA DA MÃE
Marine Le Pen ficou ainda mais traumatizada após o divórcio dos pais, que aconteceu quando era uma adolescente de 16 anos de idade e frequentava o liceu. A mãe, Pierrette Lalanne, decidiu aceitar um ensaio fotográfio em nu integral para a revista 'Playboy'. O intuito: escandalizar o ex-marido.
A miúda ficou de tal modo chocada que nunca se pronunciou sobre o assunto. Na altura, o assunto não passou indiferente e muitos dos colegas de escola chegaram a incomodá-la.
Le Pen ganhou uma revolta interior muito grande que a levou a aderir, ainda mais, a ideais ultraconservadores.
Marine Le Pen tem assustado a Europa, sobretudo depois da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos da América. Apesar de, a poucas horas do fecho das urnas, todas as sondagens a darem como vencida, ainda muitos temiam que alcançasse o Eliseu.
UMA "SANTA" AO LADO DO PAI
Marine alegrou-se quando Trump alcançou a Casa Branca e vaticinou: "Hoje os Estados Unidos. Amanhã a França! Bravo, América", escreveu, no Tweeter.
Ainda assim, Marine é uma "menina de coro" ao lado do pai, que a própria expulsou da Frente Nacional, em 2015. Jean-Marie Le Pen assumiu uma opinião que chocou o mundo, ao afirmar que as câmaras de gás dos campos nazis eram um mero "pormenor".