
Em Espanha continua a vigorar a lei sucessória de dar preferência aos filhos varões, os mais velhos e depois os mais novos. Foi esta lei que impediu a infanta Elena de subir ao trono, tendo sido ela a filha primogénita dos atuais reis eméritos: Juan Carlos e Sofia. Contudo, segundo Jaime Peñafiel, jornalista dedicado aos assuntos reais, Juan Carlos fez de tudo para introduzir na Constituição de Espanha essa lei, pois temia que a filha mais velha o viesse a suceder.
Diz Peñafiel que o rei emérito não acreditava seriamente das capacidades de Elena para ser rainha. "O monarca (Juan Carlos I) duvidava da estabilidade emocional da infanta Elena, a quem não reconhecia condições, digamos intelectuais, para ser a herdeira".
O que não deixa de ser irónico é que Elena é a filha mais próxima do homem que caiu em desgraça e foi obrigado a exilar-se nos Emirados Árabes Unidos. É a infanta que faz de tudo para estar com o pai e até para o trazer de volta para Espanha. Diz-se no país vizinho que a irmã de Felipe VI sempre fez tudo o que o pai lhe mandou fazer. Na plataforma 'Esdiario' Elena é considerada uma "marioneta" de Juan Carlos.
A infanta é também tida como a única filha dos reis eméritos que nunca ousou enfrentar o pai, obedecendo cegamente às suas ordens. Até o seu casamento com Jaime Marichalar, um aristocrata, foi para agradar aos pais. Talvez por isso nunca foi feliz com o marido. Quis separar-se, mas Juan Carlos pediu-lhe paciência e que aguentasse. Acabaria por ganhar afeto ao marido, dizia-lhe o pai. E ela aguentou até não poder mais.
Também a educação dos filhos entregou às mãos do rei emérito. Tem sido ele a pôr a dispôr quanto ao que quer para os netos e Elena, uma vez mais obedece, mesmo que não concorde como foi o caso de Froilán ir viver para Abu Dhabi. Só que essa sua lealdade ao pai fez com que os filhos de afastassem dela. À conta dessa lealdade, Elena é hoje uma mulher sozinha, divorciada e incapaz de refazer a sua a vida amorosa. Tem uma relação difícil com os filhos e mantém-se distante da família.