
Paulo Fonseca está retido em Kiev, depois da invasão por parte do exército da Rússia a território ucraniano. O antigo técnico do FC Porto, de 48 anos, mostrou-se desesperado com a situação: "Acordei às cinco da manhã com cinco explosões seguidas. Foi aí que teve a perceção que tinha rebentado o conflito. Tinha voo marcado para hoje, mas agora é impossível sair daqui, até porque os aeroportos já estão destruídos e o espaço aéreo foi encerrado", lamentou, em declarações ao ‘Jornal de Notícias.’
Atualmente a residir em Kiev, Paulo Fonseca acrescentou ainda: "Neste momento, só se consegue sair de Kiev por via terrestre e está tudo a tentar fugir para Lviv, uma cidade perto da Polónia. As estradas estão completamente paradas, porque é impossível circular com tantos automóveis. As filas estão enormes. Além disso, já não há gasolina. Só resta rezar para que uma bomba não caia junto de nós. Sinceramente, não sei como é que vou sair daqui. Este é o pior dia da minha vida", completou.
Katerina Fonseca, mulher de Paulo Fonseca que este conheceu quando orientava o Shakhtar Donetsk, já se pronunciou nas redes sociais: "O dia mais assustador de sempre. Dor. Raiva, raiva, raiva e dor. O meu filho não merecia a guerra. As crianças da Ucrânia não mereciam a guerra", escreveu junto de uma imagem do seu filho, Martim, de 2 anos.
Também o futebolista português Nélson Monte, antigo atleta do Rio Ave e que atualmente representa o clube ucraniano Dnipro-1, mostrou-se igualmente atemorizado pela situação: "Por volta das 4h30 da manhã acordei com um estrondo enorme. Fui à janela, vi fumo e fiquei em choque. Nem dois minutos depois, outra bomba. Liguei para os estrangeiros que vivem no mesmo condomínio que eu, pegámos no carro e fomos até ao centro de estágio no clube. Optámos por sair da cidade. O que mais quero neste momento é sair do país, mas estou com muitas dificuldades para isso. Se Portugal me pudesse ajudar neste momento, era aquilo que eu mais queria", afirmou à CNN Portugal. O defesa-central encontra-se agora num hotel a duas horas de Dnipro, cidade cuja região faz fronteira com a região separatista de Donbass, tendo já feito uma atualização através do seu Instagram: "Queria informar que, de momento, me encontro bem. Apesar do clima de tensão, medo e insegurança, estou a tentar arranjar alguma forma para sair do país", confirmou.