
A polícia Marítima, a PSP, a Polícia Judiciária (PJ), a família, os amigos e os fãs presumem, mesmo sem corpo, que Nuno Alexandre Oliveira Batista – o homem que na última década se mascarou de Zé do Pipo e se tornou um cantor pimba muito popular – se suicidou, atirando-se, ou caindo inadevertidamente ao mar, há dois meses e meio.
E se não foi isso que realmente acontreceu? Isso ninguém – literalmente ninguém – ainda ponderou. A revista 'Vidas' esteve em Peniche e falou com Celeste Maria Antunes Roberto, a mulher e mãe dos dois filhos do artista, sem ter um cadáver para declarar o óbito, terá de esperar dez anos para poder pedir oficialmente a declaração de "morte presumida" e assim reconstruir a sua vida, fazendo partilhas, registo de bens, ou mesmo casando de novo, se assim o entender.
DEMASIADA PRESSÃO
A mulher de Zé do Pipo, que agora fica a assumir sozinha a educação dos filhos e a gestão do alojamento local da família, a Pipo People House, na aldeia de Vau, deverá receber 'royalties' das vendas dos discos e do merchamdising do que sobrar do período em que o marido representou a figura de Zé do Pipo, revela ainda saber o que terá destruído a vida e a carreira do marido.
"Até ao dia 13 de agosto de 2018 estava tudo bem, depois desse dia é que as coisas descambaram. Marcaram-lhe quatro concertos seguidos e ele não aguentou. Sei que dois seguidos, no máximo três, aguentava, mais do que isso não conseguia", descreve Celeste, com mágoa e certezas.
Questionada sobre se o casal teria discutido no dia 5 de novembro, antes de Nuno Baltazar ter saído, pelas 14h00 de casa, dizendo que ia ao banco e à farmácia a Peniche, a mulher nega qualquer desentendimento.
"Não discutimos... ele não reagia a nada. A doença afetou a nossa relação. Ele dizia que se sentia vazio, sem sentimentos", conta, explicando que antes de ter sido diagnosticado pela primeira vez com a doença bipolar, em julho de 2016, "o Nuno sempre foi uma pessoa alegre e muito animada".