Duas semanas depois da tentativa de homicídio por parte da própria filha, Ana Anes, José Manuel Anes, de 81 anos, já teve alta hospitalar e deu a novidade através das redes sociais, revelando que se encontra a recuperar na quinta de um amigo, numa mensagem em que não poupa a filha, que se encontra sob vigilância no Hospital-Prisão de Caxias.
"Depois de duas semanas na Urgência Cirúrgica do Hospital de S. José, estou agora na maravilhosa quinta de um amigo nos arredores de Lisboa, local ideal para repouso e recuperação. Estou também longe das mentiras propaladas pelo cérebro doentio e maléfico da minha filha", escreveu o criminologista na sua página de Facebook, recebendo dezenas de mensagens de apoio.
Inicialmente, recorde-se, tinha sido ordenada prisão preventiva para a sexóloga, de 53 anos, mas a magistrada responsável pelo caso quis aferir, em primeiro instância, a imputabilidade da arguida, que depois da tentativa de homicídio ao pai usou as redes sociais para deixar a seguinte mensagem: "Acho que deixei o meu pai sem olhos."
Quando foram revelados os detalhes do crime macabro da sexóloga e escritora Ana Anes contra o próprio pai, os primeiros indícios apontavam para um surto psicótico. Contudo, à medida que novas informações vêm ao de cima, esta ideia de "surto" parece estar cada vez mais afastada, uma vez que havia afinal um longo historial de problemas.
Depois de se saber que José Manuel Anes já se tinha queixado da relação problemática com a filha, a 'CNN Portugal' revela que o idoso era afinal perseguido pela filha há já cinco anos, com ameaças de morte nas redes sociais.
A Polícia Judiciária e o DIAP de Lisboa apuraram que o motivo do crime não seria afinal a herança – até porque, apesar de Ana Anes acusar o pai de a excluir da herança, em Portugal pais não podem deserdar filhos – mas sim uma casa na Costa de Caparica, em Almada.
Ana Anes queria forçar o pai a colocar a casa em seu nome para a poder vender e ficar com o dinheiro.
Foi desde logo atirado ao chão pela filha, que a seguir o agrediu com vários murros pelo corpo todo. Depois, com uma faca, atingiu-o na cabeça, pernas, mãos e abdómen, até que, por fim, lhe pressionou os dois olhos com os dedos, deixando-o sem ver. Felizmente, Ana pensou que vinha alguém e fugiu, mas o idoso acabou por ficar sozinho, gravemente ferido, durante duas horas.
